Universidade de Harvard desafia Trump, e governo suspende verbas
O governo americano anunciou o congelamento de fundos no valor de US$ 2,2 bilhões, que seriam destinados à Universidade de Harvard.
A medida foi tomada depois da divulgação de uma carta em que o reitor Alan Garber afirmava que a instituição "não abrirá mão de sua independência nem dos direitos que lhe são garantidos pela Constituição".
"Nenhum governo deve ditar às universidades privadas o que podem ensinar, quem podem recrutar e contratar, ou quais temas podem pesquisar", acrescentou Garber.
O texto era uma resposta às exigências de Trump de que a universidade abandonasse práticas de diversidade e combatesse o "antissemitismo", termo que o governo tem usado para classificar de modo geral manifestações em defesa dos direitos do povo palestino e contra o bombardeio israelense da Faixa de Gaza.
Segundo a universidade, os pedidos de Trump "contradizem a Primeira Emenda" e "violam as liberdades acadêmicas garantidas há muito tempo pela Suprema Corte".
Trump x Zelensky
Donald Trump voltou a atacar Volodymyr Zelensky e a acusá-lo de ter começado a guerra com a Rússia. "Ele está sempre querendo comprar mísseis", disse Trump.
"Não se começa uma guerra contra alguém que é 20 vezes maior que você e se espera que depois as pessoas te deem alguns mísseis", acrescentou.
As declarações foram feitas um dia depois de a Rússia ter realizado um ataque que deixou 35 pessoas mortas, incluindo duas crianças, e mais de 100 feridas na cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia.
Foi o ataque com o maior número de mortos desde o começo do ano e após sucessivos anúncios de acordos de cessar-fogo por parte de Trump.
Ainda ontem, o futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, admitiu pela primeira vez que a Alemanha pode fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, desde que a medida faça parte de um pacote de ajuda militar europeu a Zelensky e tenha o apoio de seus aliados no continente.
Trump x Suprema Corte
O governo Trump e o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, indicaram ontem que o imigrante deportado ilegalmente e enviado para uma prisão em El Salvador não será levado de volta aos EUA, apesar de uma ordem da Suprema Corte para que o governo americano "facilite" o retorno de Kilmar Abrego Garcia.
Segundo a procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, o governo entende que "depende de El Salvador querer devolvê-lo".
A Suprema Corte decidiu que, se El Salvador quiser devolvê-lo, nós facilitaremos, isto é, providenciaremos um avião".
Ao lado de Trump, na Casa Branca, o presidente salvadorenho rejeitou essa possibilidade, ao ser questionado por uma jornalista. "É claro que não vou fazer isso. A pergunta é absurda."
Casado com uma cidadã americana, Abrego Garcia estava legalmente nos EUA, com base em uma decisão judicial que proibia a sua extradição. O governo Trump admitiu na Justiça que ele foi deportado "por engano".
Ontem, uma juíza federal suspendeu o cancelamento por Trump do visto de mais de 500.000 imigrantes da Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti, concedido por meio de um programa do governo Biden.
Ataques a prisões na França
Sete prisões francesas foram alvo de ataques durante essa madrugada. Carros foram incendiados nos estacionamentos e a entrada de uma instalação foi atacada a tiros de armas automáticas. Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados.
O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, classificou os atos de "tentativas de intimidação".
Darmian também disse que o governo francês está "enfrentando o problema do tráfico de drogas" e tomando medidas que iriam "desestabilizar profundamente" as redes criminosas, mas não fez relação direta com os ataques.
No domingo, carros já haviam sido incendiados na frente da escola nacional de administração penitenciária.
Avanço contra a supergonorreia
Cientistas descobriram o primeiro novo tratamento em 30 anos para a gonorreia, de acordo com um estudo publicado na revista científica Lancet.
A descoberta é vista como um potencial avanço contra as formas da doença resistentes a todos os antibióticos conhecidos até então.
O tratamento consiste no uso do antibiótico gepotidacina, que já está no mercado e é usado contra infecções do sistema urinário.
No estudo clínico com 622 pessoas, a gepotidacina se mostrou tão eficaz contra a gonorreia quanto os outros dois principais tratamentos disponíveis para a doença: injeções de ceftriaxona ou azitromicina, mas com a vantagem de não sofrer resistência.
O surgimento das variedades resistentes levou a OMS a alertar para a epidemia global da chamada supergonorreia, que elevou o número de casos da doença a patamares do início do século passado em alguns países. O estudo foi financiado pela farmacêutica GSK, que produz a gepotidacina.