Ao suspender a compra de aviões da Boeing, a China também atinge em cheio a indústria militar dos Estados Unidos, afirmou o colunista Jamil Chade na edição de hoje do UOL News.
Segundo a agência de notícias Bloomberg, o governo chinês ordenou todas as empresas aéreas do país a pararem de comprar aviões da Boeing. A medida faz parte da retaliação do país às tarifas impostas por Donald Trump.
Em 2017, em seu primeiro governo, Trump fez a mesma guerra comercial contra a China, que era outro país. Já era uma superpotência e tinha uma condição econômica extraordinária, mas não era a China de 2025, que se preparou para Trump, fez um colchão e tem uma atitude diplomática mais agressiva e combativa do que em qualquer outro momento dos últimos 80 anos do país no mundo.
A China está preparada para responder e faz isso com a Boeing em um setor absolutamente chave para a indústria americana. A Boeing não é só uma empresa de aviões, mas também com um extraordinário componente militar, tanto para a economia como para os interesses americanos pelo mundo.
Atingir a Boeing é atingir o complexo militar americano, por isso é algo tão importante. Jamil Chade, colunista do UOL
Jamil explicou que a reação chinesa está relacionada à proposta do governo Trump em barrar a chegada de navios vindos do país asiático.
Não é apenas uma retaliação à questão tarifária, mas que vai em outro sentido. Nos EUA, há uma proposta do governo Trump para barrar todos os navios chineses que possam ancorar nos portos americanos para despejar seus produtos ou levar mercadorias para a China.
Qual é a preocupação dos EUA? Que a frota mundial de navios de carga está sendo dominada pela China e isso teria que mudar a partir de agora. Entre as propostas, está colocar uma tarifa de US$ 1 milhão para cada navio chinês que ancorar em um porto americano. Ou seja: desmontar o domínio chinês nos mares.
O que fez a China? Mandou um recado: se esse for o caminho, vamos desmontar um controle muito importante dos EUA nos ares. A guerra não será exatamente simples nesse caso. Jamil Chade, colunista do UOL
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