Últimas notícias de Bolsonaro hoje (14): veja estado de saúde após cirurgia
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi encaminhado para um quarto com estrutura de UTI após se submeter a uma cirurgia de 12 horas realizada ontem. De acordo com os médicos, ainda não há previsão de alta.
O que aconteceu
"O pós-operatório é muito delicado e prolongado", declarou o cardiologista Leandro Echenique. Sobre a cirurgia ter demorado 12 horas, o médico afirmou que "era o esperado". "Não houve complicação. Era o esperado, por ser um procedimento muito complexo. As medidas preventivas já estão sendo tomadas e por isso ele está na UTI."
"Não há previsão de saída da UTI neste momento", acrescentou Echenique. Segundo os médicos, o ex-presidente precisará de "cuidados muito específicos" no pós-operatório devido à duração do procedimento. "Ontem muitos perguntaram se ele vai ter alta nesta semana. Não há previsão [de alta], o importante é que ele saia 100% recuperado."
Bolsonaro está acordado e consciente, já fez piadas e "está tudo sob controle". O ex-presidente vai precisar fazer fisioterapia, disseram os médicos. Ele está num quarto na UTI sem poder receber visitas e não há prazo para ir para um quarto.
"Meu amor já está no quarto", publicou Michelle no perfil dela no Instagram ontem à noite. A ex-primeira-dama ainda postou uma foto da equipe médica responsável pela cirurgia e elogiou os profissionais, a quem chamou de "nossos anjos aqui na Terra". "Minha eterna gratidão a essa equipe médica extraordinária", escreveu Michelle.
A intervenção de ontem foi uma das "mais complexas" e mais longas às quais o ex-presidente se submeteu desde a facada, em 2018. Segundo o cardiologista que acompanha Bolsonaro, Leandro Echenique, o resultado final foi "excelente". A equipe médica que fez a intervenção deu uma coletiva de imprensa na manhã de hoje para atualizar o estado de saúde do ex-presidente.
Médicos relataram ter encontrado a parede abdominal de Bolsonaro "bastante danificada". "O presidente tinha um abdome hostil, com muitas cirurgias prévias, aderências causando um quadro de obstrução intestinal. Uma parede abdominal bastante danificada em função da facada e das cirurgias prévias", disse Cláudio Biroloni, chefe da equipe médica.
As aderências, explicou o médico, são comuns em que já passou por cirurgia abdominal. "Se você abrir o abdômen de alguém que nunca teve cirurgia, o intestino é todo soltinho. Em quem já foi operado quatro, cinco, seis vezes, as alças intestinais ficam todas agrupadas", disse. Grande parte das aderências não causa nenhum problema, mas há casos em que elas levam ao que ele chama de suboclusão intestinal, como ocorreu com o ex-presidente.
As 48 horas após a cirurgia são as mais críticas. Há risco de infecções e trombose porque o organismo pode dar respostas inflamatórias "muito importantes", disse Birolini.
Superada essa etapa, Bolsonaro terá evolução lenta. O médico disse que é preciso esperar o intestino desinflamar e, neste primeiro momento, haverá nutrição por meio da veia.
O procedimento teve três etapas, explicou médico. Foram duas horas para acessar a cavidade abdominal e cinco para liberar as aderências que provocaram a obstrução intestinal, disse Birolini. Por fim, o trabalho de reconstrução levou mais cinco horas, por causa dos cuidados em evitar lesar o intestino.
Médico descartou que alimentação de Bolsonaro tenha desencadeado a nova obstrução intestinal. "Não conseguimos identificar nenhum tipo de alimento ou alimentação que pudesse desencadear esse quadro. O fato de ele comer pastel com caldo de cana não afeta isso", disse Birolini, frisando que o problema é consequência da facada e das cirurgias anteriores.
A cirurgia
Bolsonaro (PL) foi submetido ontem a uma cirurgia para tratar um quadro de obstrução intestinal, no Hospital DF Star, em Brasília. O procedimento foi encerrado por volta das 21h20, após 12 horas de duração.
A obstrução intestinal foi causada por uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal, diz novo boletim médico. A cirurgia — que também reconstruiu a parede abdominal — ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue.
Bolsonaro está estável e sem dor, segundo a equipe médica. O boletim médico divulgado ontem informou que o ex-presidente estava recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções. Uma coletiva de imprensa da equipe médica foi marcada para hoje, às 9h, para informar sobre a situação de saúde de Bolsonaro após a cirurgia.