Trump e Bukele têm acordo de vontades com bases capengas, aponta professora
Os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Nayib Bukele, de El Salvador, possuem um acordo de suas próprias vontades com bases capengas e sem endosso do direito internacional, analisou Priscila Caneparo, professora especialista em direito internacional, no UOL News, do Canal UOL.
É como se tivesse um acordo de vontades entre o Trump e entre o Bukele, mas não referendado pelo direito internacional, porque existem diversas bases estruturais que estão viciadas, que estão capengas, porque justamente ele é composto por ilicitudes de ambos os governos.
Segundo o direito internacional, a gente só teria efetivamente embarcações e bandeiras dos Estados Unidos em espaço aéreo internacional ou em mar territorial internacional e também embaixadas. Não é o caso de Guantánamo, não é o caso da Abu Ghraib.
Então a gente vê, isso aí é ilegal, é um ilícito internacional que os Estados Unidos fazem.
Priscila Caneparo, professora especialista em direito internacional
O presidente Nayib Bukele disse hoje em reunião com Donald Trump que não devolverá aos Estados Unidos o imigrante Kilmar Abrego Garcia, deportado por engano pelo governo norte-americano, reforçando assim o alinhamento com a política migratória de Trump.
A especialista em Direito Internacional concluiu alertando para questões preocupantes neste acordo entre Bukele e Trump.
O que me preocupa aqui são dois pontos. Primeiro ponto, o devido processo legal dentro dos Estados Unidos. Porque pelo que entendi, existem vários questionamentos frente a essa deportação. Essas pessoas são aquelas com as quais praticaram crimes, foram condenados e foi aberto um processo de deportação para El Salvador. Então, são dois processos distintos.
A pergunta que eu faço primeiro, houve condenação de fato nesse primeiro processo, nesse processo criminal? Eu não tenho observado, porque existem diversas incongruências frente justamente a esse processo de deportação.
E o segundo [ponto], ante esse processo de deportação, esse segundo processo também foi garantido devido ao processo legal dessas pessoas? E aí a gente entra em uma questão muito mais séria, que é a deportação em massa, que é proibido, que é uma lei imperativa para o Estado, também prevista no Estatuto do Refugiado de 1951 e que paralelamente a gente aplica aqui, que não pode haver deportação pela forçada de imigrantes e o Trump está fazendo isso.
Priscila Caneparo, professora especialista em direito internacional
Trevisan: Trump usa recuo de tarifas contra China para manter apoio interno
Donald Trump faz do recuo na guerra comercial travada contra a China uma ferramenta para manter o apoio interno das grandes empresas, afirmou Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), em entrevista ao UOL News.
Trump está desidratando e temos que entender o porquê. Há uma decisão do establishment americano, tanto faz se for democrata ou republicano, de que o inimigo é a China. Isso é definido; 100% do Congresso americano pensa e vota nisso, e eles têm razão. A nação desafiante da hegemonia dos EUA é a China, e nenhuma outra.
Há modulações para tratar isso. O que Trump está fazendo, e esse é o ponto central, é usar tarifas para manter apoio interno. Observem que no episódio do recuo mais forte e sensível não se mexerá com chip, semicondutor, computador e peças eletrônicas. Leia-se 'Apple, bom dia! Tudo bem?'.
Quando olhamos para isso, precisamos reconhecer o tamanho da Apple, que vale US$ 4 trilhões em Bolsa. Isso é o PIB da Alemanha. Portanto, com quem Trump estava falando? Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais
Assista à entrevista:
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