MS libera parcialmente famoso balneário de Bonito após ataques de peixes
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) liberou o uso parcial de um dos mais procurados balneários de Bonito após ataques de peixes. Em um dos casos, uma banhista perdeu parte do dedo.
O que aconteceu
Imasul exigiu que fosse instalada uma contenção fixa de arame no balneário Praia da Figueira, onde os casos foram registrados, o que foi seguido. A barreira tem o objetivo de impedir o acesso de peixes de médio e grande portes à área destinada ao banho, bar molhado e tirolesa.
Os incidentes aconteceram no balneário, um empreendimento privado com alto fluxo de turistas. A lagoa fica próxima do rio Formoso e nela foi construída uma praia artificial. É nesse local que estão os quiosques dentro da água onde os turistas são servidos com bebidas e alimentação. Também fica na lagoa o mirante que permite uma observação das belezas do rio. Por ser um local mais raso, é onde os turistas boiam para fazer a observação dos peixes —um dos principais atrativos do lugar. Espécies como pacu, dourado, matrinxã e tambaqui foram introduzidas no local.
Após os ajustes do empreendimento, as atividades de bar molhado, tirolesa e balneabilidade na lagoa artificial foram liberadas. Porém, as atividades de caiaque, pedalinho e stand up paddle continuam proibidas até que seja feito o manejo definitivo dos peixes de maior porte que podem representar risco aos visitantes.
Local também precisará fazer inspeção diária na área de banho antes da abertura ao público. Caso seja encontrado algum animal indesejável, segundo o Imasul, a liberação da área somente poderá ser realizada após a "remoção segura dos bichos".
O instituto disse atuar apenas em suas competências ambientais, tendo realizado dois dias de vistoria na lagoa artificial. Na ocasião foi coletada fauna aquática, "não sendo constatadas espécies exóticas no ambiente". "O Instituto acompanhará o monitoramento da licença de operação do empreendimento assegurando cumprimento da legislação ambiental vigente e a proteção dos recursos naturais", concluíram.
O Praia da Figueira disse no Instagram que reabriu ontem. A reportagem tenta contato com o empreendimento e o texto será atualizado tão logo haja manifestação.
Relembre o caso
Só este ano, ao menos 30 pessoas procuraram a rede de saúde de Bonito relatando mordeduras pelos peixes. A cidade é considerada a "capital nacional do ecoturismo".
Inicialmente, o Imasul havia interditado todo o complexo, que inclui trilhas e áreas de lazer em terra. A administração da Praia entrou com pedido de reconsideração e a parte seca do complexo foi liberada.
O alerta sobre os ataques foi feito pela Prefeitura de Bonito após a chegada dos casos de mordeduras por peixes ao hospital da cidade. Segundo o município, mais de 80% dos ataques aconteceram na Praia da Figueira. Uma parte deles teria sido feita pelo peixe tambaqui, uma espécie amazônica que se caracteriza pelos dentes fortes.
Um dos casos envolveu uma professora aposentada de Bonito. Em 17 de março, ela teve uma parte do dedo da mão arrancada por mordida de um peixe, quando estava em um dos quiosques molhados do balneário e precisou ser atendida no Hospital Darci João Bigaton.
Após o bloqueio do lago, a Prefeitura de Bonito informou que a Fundação de Turismo acompanhava a situação e entendia a necessidade de adequação do atrativo às normas ambientais e de segurança dos turistas.
(Com Estadão Conteúdo)