Topo
Notícias

OMS chega a acordo preliminar sobre texto para maior proteção contra futuras pandemias

12/04/2025 10h08

Delegados dos Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram a "um acordo de princípio" neste sábado (12) sobre o texto que deve permitir uma melhor proteção do mundo contra futuras pandemias, após mais de três anos de discussões. 

Em dezembro de 2021, dois anos após o início da pandemia de covid-19 que causou milhões de mortes e devastou a economia global, os países membros da OMS decidiram criar um acordo para melhor prevenir e gerenciar futuras epidemias. 

"Temos um acordo de princípio e reservamos o acordo definitivo das capitais", disse à AFP Anne-Claire Amprou, copresidente do órgão de negociação e embaixadora francesa para a saúde global. 

Os delegados se reunirão em 15 de abril em Genebra para finalizar o texto e dar seu acordo final, acrescentou. O documento estará então sujeito à adoção por todos os países membros da OMS na Assembleia Mundial da Saúde, em maio, na cidade suíça. 

O acordo de princípio surgiu após uma sessão que durou quase 24 horas.

"Este é um ótimo sinal. Eles fazem parte de uma história incrível que está sendo construída", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que permaneceu na sala com os delegados durante toda a noite. 

Um dos principais pontos de discórdia nas negociações foi a transferência de tecnologia para a fabricação de dispositivos médicos relacionados à pandemia, especialmente para os países em desenvolvimento, indicaram diversas fontes. 

Os países latino-americanos defendem que essa transferência aconteça. 

Essa questão foi uma das principais queixas dos países mais pobres durante a pandemia de covid-19 quando viram os países ricos estocando doses de vacinas e outros produtos. 

Vários países, onde a indústria farmacêutica constitui uma parte significativa da economia, opõem-se à ideia de transferências obrigatórias e insistem na sua natureza voluntária. 

Segundo um delegado, esse ponto já estava resolvido, mas a última versão do texto ainda não estava disponível na manhã deste sábado. 

A adoção deste texto ocorre em meio a uma grave crise no multilateralismo e no sistema global de saúde, causada pelos cortes brutais do presidente Donald Trump na ajuda internacional dos EUA, já que os Estados Unidos eram de longe o maior contribuinte humanitário. 

Os Estados Unidos também foram uma ausência notável nessas negociações, já que o presidente Trump anunciou, ao retornar à Casa Branca, que o país estava deixando a organização.

vog/am/hgs/es/aa

© Agence France-Presse

publicidade

Notícias