Topo
Notícias

Israel anuncia ofensiva em novas áreas da Faixa de Gaza; mediadores tentam negociar nova trégua

Palestinos fogem com seus pertences de áreas na parte leste de Gaza, após o exército israelense emitir ordens de evacuação - Dawoud Abu Alkas/Reuters 11.abr.2025
Palestinos fogem com seus pertences de áreas na parte leste de Gaza, após o exército israelense emitir ordens de evacuação Imagem: Dawoud Abu Alkas/Reuters 11.abr.2025

12/04/2025 13h26

Israel anunciou, neste sábado (12), que suas tropas tomaram várias áreas no sul da Faixa de Gaza e o país planeja uma ofensiva em grande parte do território palestino. Após uma trégua de dois meses, o Exército israelense retomou seus bombardeios e operações terrestres no enclave.

Israel anunciou hoje que suas tropas tomaram várias áreas no sul da Faixa de Gaza e o país planeja uma ofensiva em grande parte do território palestino. Após uma trégua de dois meses, o Exército israelense retomou seus bombardeios e operações terrestres no enclave.

"Em breve, as operações do Exército de Israel se intensificarão e se expandirão para outras áreas em Gaza, e as zonas de combate deverão ser esvaziadas", disse o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, dirigindo-se aos moradores do enclave.

Segundo ele, as tropas israelenses tomaram o controle do corredor Morag, considerado estratégico. Ele separa as cidades de Rafah, perto da fronteira egípcia, e Khan Yunis, no sul do território palestino. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o aumento da pressão militar é a única maneira de forçar o Hamas a libertar os reféns.

De acordo com a Defesa Civil local, uma pessoa morreu e várias ficaram feridas neste sábado em um bombardeio israelense no oeste de Khan Yunis.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos informou que "entre 18 de março e 9 de abril de 2025, houve cerca de 224 bombardeios israelenses contra prédios residenciais e tendas ocupadas por pessoas deslocadas".

Novas negociações

Hoje, o Hamas anunciou que houve negociações no Cairo entre uma delegação liderada pelo principal negociador do movimento, Khalil al-Hayya, e mediadores egípcios. Nesta reunião, o grupo não teria recebido nenhuma nova proposta de trégua.

Mas, de acordo com a imprensa israelense, o Egito e Israel teriam recebido cópias de documentos sobre um acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns, que ainda não foram finalizados.

Segundo o jornal Times of Israel, a proposta egípcia pede o retorno a Israel de 16 reféns, oito vivos e oito mortos, em troca de uma trégua de 40 a 70 dias e a libertação de um grande número de prisioneiros palestinos.

O enviado do presidente americano, Donald Trump, para o Oriente Médio, Steve Witkoff, citado pela imprensa israelense, afirmou que "um acordo 'sério' está começando a tomar forma" e sua conclusão seria uma questão de dias.

Bombardeios

A trégua mediada pelos Estados Unidos, Egito e Catar entrou em vigor de 19 de janeiro e terminou em 17 de março. Ela permitiu o retorno de 33 reféns, incluindo oito que morreram, em troca da libertação de cerca de 1.800 prisioneiros palestinos por Israel.

"Cada dia de atraso (na conclusão de um acordo) significa mais mortes de civis palestinos indefesos e um destino incerto" para os reféns, disse o Hamas em um comunicado.

O conflito em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas atacaram o sul de Israel, matando 1.218 pessoas, segundo dados oficiais. O movimento também sequestrou 251 pessoas —58 delas permanecem em Gaza e 34 provavelmente estão mortas, de acordo com o Exército israelense.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que pelo menos 1.563 palestinos morreram desde 18 de março, elevando o número total de mortos no território para 50.933 desde o início da ofensiva israelense, em represália ao ataque de 7 de outubro.

Com informações da AFP

Notícias

publicidade