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Taxas dos DIs disparam em sintonia com dólar e Treasuries após China contra-atacar EUA

09/04/2025 14h11

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) seguiam em forte alta nesta tarde de quarta-feira, acompanhando o avanço firme dos yields dos Treasuries e do dólar ante o real, após nova escalada da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos.

Às 13h48, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 14,505%, em alta de 18 pontos-base ante o ajuste de 14,326% da véspera, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2031 era de 14,8%, com ganhos de 24 pontos-base ante 14,56%.

No exterior, os yields subiam em meio à venda maciça dos títulos norte-americanos, em movimento verificado também nos últimos dias, com agentes se desfazendo dos Treasuries para cobrir prejuízos registrados com outros ativos. Além disso, há rumores no mercado de venda de Treasuries a partir da Ásia, onde estão os dois maiores detentores de títulos norte-americanos: Japão e China.

A China, aliás, contra-atacou novamente os EUA ao anunciar tarifa adicional de 50% sobre os produtos norte-americanos -- mesmo percentual adicional cobrado por Washington a partir desta quarta-feira. Considerando todos os movimentos recentes, os EUA agora cobram taxa de 104% sobre os produtos chineses, enquanto a China cobra um total de 84% sobre os produtos norte-americanos.

Em outro contra-ataque, a União Europeia anunciou tarifas de 25% sobre uma série de importações dos EUA.

Neste cenário, em meio às preocupações em torno de uma desaceleração global, o real era uma das poucas moedas que perdiam valor ante o dólar, já que a China, envolvida diretamente na guerra comercial, é o maior comprador de produtos do Brasil.

Às 13h48 o dólar à vista subia 0,38%, aos R$6,0212, tendo chegado a ser cotado a R$6,0973 no pico do dia. No mesmo horário o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 19 pontos-base, a 4,452%.

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