China planeja reunião de alto nível para elaborar medidas de apoio após aumento das tarifas dos EUA, dizem fontes
(Reuters) - Os principais líderes da China planejam se reunir já nesta quarta-feira para definir medidas para impulsionar a economia e estabilizar os mercados de capitais, informaram pessoas com conhecimento do assunto, em meio à escalada da guerra comercial com os Estados Unidos.
Economistas alertaram que os ataques ao comércio podem reduzir de um a dois pontos percentuais do crescimento deste ano na segunda maior economia do mundo, piorar o excesso de capacidade industrial, colocar empregos domésticos em risco e alimentar ainda mais as forças deflacionárias.
A reunião de alto nível planejada é a primeira a se tornar conhecida publicamente desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas "recíprocas" à China na semana passada, e acontece após a quase duplicação de 104% das tarifas dos EUA sobre as importações da China na quarta-feira.
Entre os participantes esperados estão altos funcionários do Conselho de Estado, ou gabinete, bem como vários órgãos governamentais e reguladores, disseram as duas fontes, que pediram anonimato por não estarem autorizadas a falar com a mídia.
As autoridades devem discutir medidas para estimular o consumo interno e apoiar os mercados de capitais na China, disseram as fontes.
Iniciativas como tornar os descontos nos impostos de exportação mais atraentes para as empresas nacionais também devem fazer parte das negociações, acrescentou uma delas.
O Escritório de Informações do Conselho de Estado, que lida com consultas de mídia para o governo chinês, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As tarifas de Trump abalaram uma ordem comercial global que persistiu por décadas, alimentando temores de recessão e fazendo com que as ações caíssem drasticamente em todo o mundo.
Para a China, a guerra comercial ocorre em um momento em que sua economia está se debatendo com uma prolongada crise imobiliária e com altos níveis de endividamento dos governos locais, azedando a confiança das empresas e dos consumidores.
Embora Pequim tenha revelado contratarifas na semana passada para os Estados Unidos, prometendo lutar contra o que considerou uma chantagem, analistas dizem que o país está se sentindo encurralado pelo ataque tarifário de Trump e a qualquer país que compre ou monte produtos chineses.
A mídia estatal chinesa deve divulgar parte da agenda da reunião, já que as autoridades pretendem estabilizar a economia e os mercados, bem como restaurar a confiança dos investidores, acrescentaram as fontes.