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Rio, Porto Alegre e Recife podem ficar parcialmente submersas até 2100

Caso o nível do mar suba 1,9 metro, a região Norte poderá ser uma das mais afetadas no Brasil - Reprodução/Climate Central
Caso o nível do mar suba 1,9 metro, a região Norte poderá ser uma das mais afetadas no Brasil Imagem: Reprodução/Climate Central
do UOL

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

09/04/2025 05h30

Um estudo da NTU (Universidade Tecnológica de Nanyang) de Cingapura e publicado na revista Earth's Future prevê que o nível do mar suba até 1,9 metro até 2100, o que teria consequências catastróficas em cidades litorâneas ao redor do mundo. No Brasil, cidades como Macapá, Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre ficariam parcialmente submersas.

O que aconteceu

A projeção considera múltiplos processos, como o derretimento de geleiras, algo mais previsível, e o colapso súbito de plataformas de gelo, que é menos previsível. Os pesquisadores combinaram esses elementos para chegar na previsão de aumento do nível do mar global em 1,9 metro até 2100.

De acordo com o doutor Benjamin Grandey, autor principal do estudo, a integração dessas múltiplas abordagens deve oferecer uma estimativa mais precisa do futuro. "Nossa nova abordagem lida com uma questão-chave na ciência do nível do mar: diferentes métodos de projeção frequentemente produzem resultados amplamente divergentes", explicou em entrevista à revista Earth.

Caso a previsão se concretize, milhões de pessoas estariam em risco e diversas regiões ficariam inabitáveis. "A projeção mais elevada de 1,9 metro destaca a necessidade de que os tomadores de decisão planejem a infraestrutura crítica de forma adequada. Esses resultados enfatizam a importância da mitigação climática por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa", alertou Grandey.

Uma ferramenta da Climate Central permite estimar quais áreas estão em perigo caso a previsão se concretize. O recurso mostra quais áreas estão abaixo do nível estimado para a elevação.

No Brasil, as áreas com maior risco estão no Norte do país. Segundo a ferramenta da Climate Central, a ilha de Marajó, no Pará, teria mais da metade de sua área submersa. Capitais como Macapá e Belém também seriam afetadas. Regiões às margens do Rio Amazonas são apresentadas como zonas extremamente vulneráveis.

Outras capitais pelo país também poderiam ser alagadas, como Recife, Natal, João Pessoa, Maceió, Aracaju, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A nível global, um grande trecho entre a França até o sul da Dinamarca poderá submergir. Locais turísticos, como Veneza, na Itália, e as ilhas Maldivas também poderão ficar inabitáveis.

Parte do litoral europeu poderá submergir caso a previsão do estudo se concretize - Reprodução/Climate Central - Reprodução/Climate Central
Parte do litoral europeu poderá submergir caso a previsão do estudo se concretize
Imagem: Reprodução/Climate Central

A partir desta previsão, os pesquisadores destacam a necessidade urgente dos atores globais agirem a favor da proteção climática. "Essa pesquisa da NTU representa um avanço significativo na ciência do nível do mar. Ao estimar a probabilidade de cenários extremos, ela destaca os impactos severos da elevação do nível do mar sobre comunidades costeiras, infraestrutura e ecossistemas, enfatizando a necessidade urgente de enfrentar a crise climática", observou o professor Benjamin Horton, diretor do Observatório da Terra de Singapura.

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