Topo
Notícias

'Não gosto de ser enganada', diz juíza após homem usar 'advogado' de IA

O caso era analisado pelo Primeiro Departamento Judicial da Divisão de Apelações da Suprema Corte do Estado de Nova York - Reprodução/YouTube/Appellate Division, First Department
O caso era analisado pelo Primeiro Departamento Judicial da Divisão de Apelações da Suprema Corte do Estado de Nova York Imagem: Reprodução/YouTube/Appellate Division, First Department
do UOL

Do UOL, em São Paulo

07/04/2025 20h22Atualizada em 07/04/2025 21h52

Uma juíza dos Estados Unidos interrompeu uma audiência após notar que um dos participantes era um "advogado" criado por IA (inteligência artificial).

O que aconteceu

Um grupo de juízes ouvia Jerome Dewald, autor de um processo trabalhista, em audiência no dia 26 de março. A juíza Sallie Manzanet-Daniels, então, informou que o homem "enviou um vídeo para o seu argumento": "Ok. Ouviremos esse vídeo agora". O caso era analisado pelo Primeiro Departamento Judicial da Divisão de Apelações da Suprema Corte do Estado de Nova York.

Publicidade

Então, o "advogado" começou a falar no registro reproduzido na sessão. Ele apareceu nas imagens sorridente, com uma camisa e suéter. "Que o tribunal me permita falar, compareço aqui hoje para apresentar meu argumento a um painel de cinco juízes", iniciou, antes de ser interrompido pela magistrada.

Juíza: — Espera. Esse é o advogado do caso?

Jerome: — Eu gerei isso.

Juíza: — Desculpa.

Jerome: — Eu gerei isso. Não é uma pessoa real.

Jerome: — Obrigada por...

Juíza: — Ok. Teria sido bom saber disso quando você fez a solicitação. Você não me informou, senhor. Eu recebi a solicitação e você já compareceu perante este tribunal e conseguiu testemunhar verbalmente no passado. Você já foi até o escritório do meu assistente e teve conversas presenciais com nossa equipe por mais de 30 minutos. Ok. Eu não gosto de ser enganada.

Depois do caso, Jerome escreveu um pedido de desculpas ao tribunal. Segundo a AP (Associated Press), ele alegou que não gostaria de causar nenhum problema e que não tinha um advogado para representá-lo no processo, sendo necessário ele mesmo fazer seus argumentos no tribunal. Então, ele pensou em usar o avatar de IA para realizar o discurso em seu lugar, evitando os erros na sua fala.

Jerome usou uma ferramenta de uma empresa de tecnologia para criar o avatar e fazer o vídeo. Ele contou à AP que não conseguiu fazer um "advogado" na plataforma com as suas características e contou que pediu ao tribunal para reproduzir um vídeo na audiência.

"O tribunal ficou realmente chateado com isso", disse o autor do processo. Jerome ainda afirmou que a fala da magistrada foi como uma bronca após o deslize. Apesar da situação, o caso dele ainda está em andamento na Justiça.

Confira o momento abaixo (em inglês):

Notícias

publicidade