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'Tinha tudo para não estar aqui', diz vítima de acidente de ônibus no RS

do UOL

Do UOL, em Sâo Paulo

06/04/2025 16h42Atualizada em 06/04/2025 16h56

Uma professora que estava no acidente que deixou sete mortos ontem na cidade de Imigrante (RS) gravou um vídeo que foi publicado hoje nas redes sociais.

O que aconteceu

Professora Denise Estivalete, 33, disse que está bem e se recuperando do acidente. "Tinha tudo para não estar aqui. Eu estava atrás do motorista, bem na parte da frente, bati várias vezes meu corpo e minha cabeça. Vocês viram as fotos [do acidente]", disse, em vídeo publicado no Instagram da irmã dela, Daniele Estivalete. As vítimas do acidente eram estudantes do curso de paisagismo do Colégio Politécnico da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) que estavam em um ônibus indo para uma visita de campo.

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Tenho fraturas e roxos por todo corpo. Quebrei meu ombro, nariz e pé. Aqui [na boca], vocês vão ver muitos cortes e machucados. Tenho muitos hematomas na canela. Perdi meus documentos, meu celular e meus óculos. Mas estou viva. Denise Estivalete

Denise afirmou que está assimilando as perdas do acidente. "Estou bem. Ainda não vi meu filho, estou com saudades. Estou em Santa Maria, uma das alunas veio aqui, ela está com fratura exposta e deve operar algumas vezes. E assim, a gente vai se reencontrando e auxiliando as perdas, que é muito difícil", falou. Dos 33 ocupantes do ônibus, sete morreram e 26 ficaram feridos, com lesões moderadas ou graves.

Entenda acidente

O ônibus tombou e caiu em uma ribanceira a apenas 850 metros do destino final. Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Civil e pelo Comando Rodoviário é de que o veículo tenha perdido o freio entre os quilômetros 3 e 4 da rodovia RSC-453, o que o fez despencar de uma altura de 52 metros, capotando diversas vezes. O acidente ocorreu por volta das 11h15 da manhã. Dos 33 ocupantes, sete morreram e 26 ficaram feridos, com lesões moderadas ou graves.

Os estudantes tinham entre 21 e 71 anos. A maioria era caloura no curso de paisagismo. Marta Von Ende, diretora do Colégio Politécnico, explicou ao UOL que o curso costuma atrair alunos com uma faixa etária mais madura, pois muitos buscam essa formação após já terem concluído uma graduação. "Alguns alunos também procuram o curso como uma segunda atividade profissional, para retomar sua inserção no mercado de trabalho", afirmou. A formação tem duração de dois anos.

4.abr.2025 - Acidente com onibus com estudantes no interior do Rio Grande do Sul - Divulgação/Brigada Militar - Divulgação/Brigada Militar
Acidente com ônibus com estudantes no interior do Rio Grande do Sul
Imagem: Divulgação/Brigada Militar

Entre os mortos estão recém-formados e profissionais de outras áreas. Marisete Maurer, 54, era terapeuta energética; Paulo Victor Estefanói Antunes, 27, era formado em arquitetura e urbanismo. As demais vítimas foram Dilvani Hoch, 55, Elizeth Fauth Vargas, 71, Fátima E. R. Copatti, 69, Flavia Marcuzzo Dotto, 44, e Janaina Finkler, de 21 anos.

Viagens fazem parte da rotina do curso técnico. Segundo a diretora, a formação inclui diversas atividades práticas para proporcionar aos alunos experiências próximas da realidade do mercado.

O curso havia começado há cerca de um mês, contou Marta Von Ende. "A maioria dos alunos que estavam no ônibus era de calouros, mas nem todos. Havia, por exemplo, alguns que já estavam no terceiro semestre. Sempre oferecemos as vagas excedentes para os alunos que já estão em formação", explicou.

No momento, a universidade está prestando assistência aos familiares das vítimas. "Estamos mobilizados junto a diversas entidades, como Defesa Civil, Ministério Público Federal, Brigada Militar e Prefeitura de Santa Maria, para formar um comitê de crise. Nosso objetivo é oferecer todo o suporte necessário, tanto às equipes quanto aos familiares", disse a diretora. Segundo ela, o acolhimento continuará sendo oferecido pelo tempo que for necessário.

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