EUA afastam advogado após juiz ordenar retorno de deportado erroneamente
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse, neste domingo, que colocou um de seus advogados em licença depois que ele não defendeu vigorosamente a maneira como o órgão lidou com um homem erroneamente deportado para El Salvador, na qual uma juíza do país chamou de detenção "totalmente ilegal".
A juíza distrital dos EUA, Paula Xinis, ordenou na sexta-feira que Kilmar Abrego Garcia fosse devolvido a Maryland até às 23h59 de segunda-feira, apesar da posição do DOJ de que não pode devolvê-lo de uma nação soberana.
Perguntado por que o governo dos EUA não poderia devolvê-lo, o advogado dos EUA, Erez Reuveni, disse ao tribunal: "Eu direi, para o conhecimento do tribunal, que quando esse caso chegou à minha mesa, a primeira coisa que fiz foi fazer essa mesma pergunta aos meus clientes. Até o momento, não recebi uma resposta que considero satisfatória."
A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse à "Fox News Sunday" que Reuveni não estava mais trabalhando ativamente no caso ou no departamento.
"É um assunto pendente no momento. Ele foi colocado em licença administrativa pelo (procurador adjunto dos EUA) Todd Blanche no sábado", disse Bondi. "Você tem que argumentar vigorosamente em nome de seu cliente", disse ela.
O governo do presidente Donald Trump disse ao tribunal federal que havia deportado erroneamente Abrego Garcia para seu país de origem, apesar de uma ordem judicial anterior proibindo sua remoção.
Xinis, em uma ordem escrita no domingo, explicando sua decisão de sexta-feira, disse: "Não há fundamentos legais para sua prisão, detenção ou remoção" ou evidência de que ele era procurado por crimes em El Salvador. "Ao contrário, sua detenção parece ser totalmente ilegal", escreveu ela no documento.
O governo Trump recorreu do caso.