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Testemunha de Jeová é presa por gerenciar "células" extremistas na Rússia

03/04/2025 15h39

Por Mark Trevelyan

(Reuters) - Uma Testemunha de Jeová da cidade russa de Chelyabinsk foi condenada a seis anos de prisão nesta quinta-feira por organizar as atividades de um grupo extremista, informou o Ministério do Interior local.

Maxim Khamatshin, de 28 anos, é uma das 850 Testemunhas de Jeová que foram processadas na Rússia desde que a religião foi proibida, há oito anos. Durante esse período, de acordo com o grupo religioso, 588 membros foram incluídos em um registro federal de extremistas e terroristas e 460 passaram algum tempo na prisão.

Khamatshin disse ao tribunal antes de ser condenado: "É uma grande honra para mim ser Testemunha de Jeová. E nenhuma perseguição pode me fazer renunciar às minhas crenças... Nenhuma proibição de pessoas jurídicas pode impedir uma pessoa de ser crente."

O Ministério do Interior disse que o serviço de segurança FSB, investigadores de combate ao extremismo e uma unidade especial da Guarda Nacional estiveram envolvidos na investigação sobre Khamatshin. Eles apreenderam discos rígidos de computadores, aparelhos e cadernos manuscritos com conteúdo religioso, disse o ministério.

"A investigação provou que, no período de 2017 a 2022, a pessoa condenada organizou e gerenciou as atividades de uma organização religiosa proibida e 'células' territoriais incluídas em sua estrutura", disse o ministério.

A vida religiosa na Rússia é dominada pela Igreja Ortodoxa Russa, que é defendida e leal ao presidente Vladimir Putin. Alguns acadêmicos ortodoxos consideram as Testemunhas de Jeová, conhecidas pela pregação de porta em porta e pela recusa ao serviço militar, como uma "seita totalitária".

A Suprema Corte da Rússia classificou as Testemunhas de Jeová como "extremistas" em 2017.

As sentenças mais longas contra membros da organização -- mais de oito anos -- foram proferidas no ano passado.

(Reportagem de Mark Trevelyan)

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