Após Ferrari na 'quebrada', influencer deixa McLaren de R$ 4 mi apodrecer
O influenciador Chrys Dias é conhecido pela extensa coleção de supercarros que ostenta nas redes sociais, incluindo diferentes modelos de Rolls-Royce, Ferrari e Lamborghini, entre outros - que já foram tema de reportagens do UOL Carros. Aparentemente, entretanto, a garagem está grande demais, pois a sua McLaren 720s — avaliada em cerca de R$ 4 milhões — foi completamente tomada por fungos, ficando insalubre.
O próprio influenciador diz que não sabe o que aconteceu com esportivo, que fica nos Estados Unidos. "Nem eu sei o que aconteceu, porque, se eu soubesse, não ia deixar acontecer", explicou aos 9,7 milhões de fãs no Instagram.
As imagens da 720s tomada pelo mofo foram reveladas pelo próprio Chrys Dias. O modelo, de motor V8 4.0 biturbo (720 cv e 78,6 kgfm), aparece com a cabine dominada por manchas claras, típicas de infestação fúngica. O volante tem até "pelos" escorrendo pelos aros, assim como boa parte dos assentos.
Como em vários outros superesportivos, a McLaren de Chrys Dias tem a cabine revestida por Alcantara, um tecido sintético que imita a camurça — por sua vez, um tipo de couro feito a partir de camadas mais internas de pele animal.
O Alcantara é amplamente empregado em modelos de luxo, uma vez que sua textura aveludada é bem semelhante à camurça, mas com vantagens em termos de regulação térmica junto à pele e resistência à umidade e sujeira.
A resistência, porém, não é ilimitada: segundo o manual de preservação de tecidos do museu Smithsonian, a infestação pode ter sido originada por uma combinação de fatores. A receita catastrófica seria uma quantidade elevada de água suja e material orgânico como restos de comida deixados por vários dias dentro do carro fechado.
Chrys Dias não respondeu ao contato da reportagem do UOL Carros. Em suas redes, o influenciador publicou imagens mais recentes do carro justo próximo ao mar. Em vídeo, o influenciador disse que estava em dúvida quanto à solução do problema. "Não sei se vendo pela metade do preço, se deixo assim... nem sei se dá para arrumar", desabafou.
A empresa italiana que fabrica o Alcantara reforça a capacidade de limpeza do tecido e diz que, em casos emergenciais, até suco de limão ou bebidas destiladas podem servir para remover manchas simples, de ketchup ou café, por exemplo. Além disso, recomenda-se que, anualmente, seja feita uma limpeza mais profunda, removendo o tecido para lavagem ou utilizando produtos oficiais.
Nos manuais da marca, não há menção a níveis tão grandes de contaminação por fungos, mas não existe evidência de que Chrys Dias precisará assumir o prejuízo de R$ 2 milhões ao vender seu carro pela metade do preço.
A EPA (Environmetal Protection Agency), principal órgão ambiental dos Estados Unidos, explica que, em casos assim, é necessária uma limpeza com proteção biológica, já que o mofo pode causar alergia e até asma em pessoas sensíveis. A contaminação por esporos do fungo também é perigosa, pois esses podem conter as chamadas microtoxinas.
Entretanto, dá para mitigar caso o responsável pela limpeza utilize máscara N95, óculos vedados e cubra toda pele exposta. O processo requer, antes de tudo, aspiradores de pó com filtro HEPA, capaz de reter os esporos e outras partículas microscópicas.
Em seguida, utiliza-se vaporizadores que ajudam a matar os seres vivos e soltar as camadas de sujeira, além de xampus e produtos químicos especiais para essa contaminação. Por fim, é recomendado o uso de geradores de ozônio — que garantem a remoção de eventuais fungos remanescentes — e desumidificadores.
UOL Carros apurou que esse serviço, nos EUA, custa cerca de US$ 2.000. Entretanto, há casos em que se torna impossível limpar a superfície sem causar danos estéticos permanentes; nessa situação, a conta será mais salgada, já que repor um banco da 720s, por exemplo, pode sair por US$ 30.000.