Professor: Brasil não deve retaliar tarifaço de Trump de maneira impensada
O Brasil não deve retaliar as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas é necessário sinalizar a insatisfação, conforme afirmou o professor Evandro Carvalho, especialista em Direito Internacional da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no UOL News, do Canal UOL.
Eu acho que, num primeiro momento, é importante evitar retóricas agressivas. Isso não ajuda absolutamente nada. E se tiver que tomar alguma atitude, que sejam ações calculadas.
Eu acho que esse é um caminho importante: não retaliar de maneira impensada e ter um cenário mais claro de quais setores os Estados Unidos dependem do Brasil. E preciso ter essa visão macro da situação, para saber onde Brasil pode provocar aquela dor calculada e sinalizar uma insatisfação. Evandro Carvalho, professor da FGV
Trump anunciou ontem um "tarifaço" global sobre impostos de importação, com outros produtos brasileiros sendo taxados em ao menos 10%. A data foi nomeada pelo republicano como o "dia de libertação". O governo Lula (PT) reagiu dizendo que irá tomar todas as medidas possíveis para proteger as empresas nacionais.
O republicano informou a sua nova política comercial, adotando a regra da reciprocidade entre os países. Para isso, portanto, adotará critérios de como os produtos americanos são taxados no exterior. A meta é a de começar a corrigir o déficit de US$ 1,2 trilhão que o país soma com o resto do mundo.
Ao Canal UOL, Carvalho explicou que a nova política econômica adotada pelo republicano pode beneficiar a China.
Os países que são mais racionais, mais previsíveis, que tem uma diplomacia mais estável, aberta à negociação, vão levar vantagem. A China, por exemplo, poderá se beneficiar dessa postura política externa errática do Donald Trump. Isso reduz a credibilidade, faz com que os seus parceiros sintam mais inseguros e, dentro dessa insegurança, tenham mais dificuldades de estabelecer parcerias com os Estados Unidos de longo prazo. Evandro Carvalho, professor da FGV
Ex-embaixador: 'Lei da Reciprocidade coloca revólver na mão do Brasil'
A lei que impõe a reciprocidade de regras ambiental e comercial nas relações do Brasil com outros países, aprovada nesta semana pelo Congresso Nacional, coloca um revólver na mão do Brasil, avaliou hoje o diplomata e ex-embaixador Roberto Abdenur no UOL News.
Olha, essa lei colocou um revólver na nossa mão. Resta saber se nós disparamos o revólver ou o colocamos no bolso de todos. Roberto Abdenur, ex-embaixador do Brasil na China, Alemanha e nos EUA
O PL (Projeto de Lei) aprovado ontem, em caráter de emergência pelo Congresso Nacional, autoriza o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras aos produtos do Brasil no mercado global. Agora, o texto segue para sanção presidencial.
A lei aprovada é um movimento de reação às taxas impostas pelo governo americano de Donald Trump aos produtos do Brasil, principalmente o aço: desde o mês passado, os Estados Unidos passaram a cobrar a taxa de importação de 25% sobre o aço e alumínio enviados pelo Brasil, Canadá e México. Ontem, os americanos anunciaram novas tarifas para vários países, com taxas mínimas de 10% a produtos brasileiros.
Assista ao vídeo abaixo:
Sakamoto: Lula cutuca Bolsonaro ao negar bater continência a outra bandeira
Ao responder ao movimento dos Estados Unidos, que elevaram as tarifas para produtos de vários países, o presidente Lula cutucou Bolsonaro e disse, em discurso hoje, que o Brasil vai defender os seus interesse e não irá bater continência a outras bandeiras, analisou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News.
E não à toa, o Lula, sem citar o nome, deu um hadouken [golpe fictício que surgiu no jogo de videogame Street Fighter] no peito do Bolsonaro, quando ele criticou quem bate de continência para a bandeira que não seja a verde e amarela, sem ninguém pedir. Bater a continência vai muito além de fazer o gesto. É você agir de modo subserviente a outro país. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
A reação de Lula ocorre um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar as tarifas de importação para produtos do mundo inteiro —inclusive com 10% de tarifa mínima aos produtos brasileiros. Ao falar sobre continência, o petista se referia a Bolsonaro, que, por duas vezes, em 2018 e 2019, bateu continência para a bandeira americana.
Assista ao comentário no vídeo abaixo:
Josias: 'Crescimento de Tarcísio nas pesquisas pressiona Bolsonaro'
Ainda no UOL News, o colunista Josias de Souza disse que o crescimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pode pressionar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a tomar uma decisão sobre o candidato que irá apoiar nas eleições do ano que vem.
Essa pesquisa, a exemplo de outras que vem sendo divulgadas, pressionam o Bolsonaro a tomar uma decisão. O Bolsonaro não é o Lula. Lá atrás, em 2018, o Lula (que também estava inelegível) empurrou a sua candidatura. Agora, o Bolsonaro tem menos condições de fazer isso, porque, se fizer, ele perderá a oportunidade de ter um candidato competitivo. Josias de Souza, colunista do UOL
A Quaest simulou cenários eleitorais entre Lula e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Tarcísio cresceu 11% nos três últimos levantamentos feitos pelo instituto: subiu de 26% para 37%. O nome dele aparece como um dos favoritos para disputar a eleição presidencial no lugar de Bolsonaro, que foi declarado inelegível por oito anos devido à reunião com embaixadores em julho de 2022, a pouco mais de dois meses das eleições. Bolsonaro ainda não deu o seu veredicto. Tarcísio tem dito que não pretende se candidatar à presidência.
Veja o trecho do comentário no vídeo abaixo:
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