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Omega resiste 30 anos como zero-km após rejeição de esposa descontente

do UOL

Eduardo Passos

Colaboração para o UOL

02/04/2025 05h30

Um Chevrolet Omega nacional, fabricado em 1993, foi revelado na internet, surpreendendo devido ao altíssimo estado de preservação. O sedã está praticamente zero-km e só permaneceu assim por causa de um desentendimento conjugal.

Quem conta a história é o comerciante de carros antigos Reginaldo Gonçalves, conhecido como Reginaldo de Campinas. Segundo ele, o Omega era um presente de um marido a sua esposa, que recusou o automóvel. A mulher faleceu recentemente e sua família contactou Reginaldo para intermediar a venda do veículo.

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"Na hora em que ela viu o carro, disse: 'não gostei, não vou querer'", explica o comerciante. O marido, supostamente um empresário do ramo de combustíveis, teria ficado desgostoso com a reação e manteve o carro na garagem até o falecimento recente da cônjuge.

Chevrolet Omega 1993 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

O modelo é um Chevrolet Omega GLS de 1993. Essa era a versão de entrada do sedã, mas passava longe de ser barata (ainda mais com itens extras escolhido pelo esposo): vendido em 9 de novembro de 1993, o carro saiu por CR$ 6 milhões. Convertendo de cruzeiros reais para o real, isso seria equivalente a R$ 413 mil nos dias, segundo o IGP-M.

O valor se justificativa pelo luxo do Omega à época, chamado de "absoluto" pela General Motors. Apesar de ser básica, a versão GLS trazia itens de série como direção hidráulica, ar-condicionado e ajuste elétrico até dos retrovisores.

A principal diferença da versão GLS era o motor 2.0 de 116 cv e 18,6 kgfm, substituído, no topo de linha Omega CD, pelo 3.0 de 165 cv e 23,5 kgfm. Itens da versão mais cara, entretanto, foram encomendados pelo comprador: teto solar, ajuste elétrico da altura dos faróis, cortina retrátil no vidro traseiro e um computador de bordo avançado para a época.

Chevrolet Omega 1993 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

O carro foi pago à vista, segundo a nota fiscal. O documento está em excelente estado de conservação, assim como manuais e outros papéis que vinham na compra de um Chevrolet zero-km. É como se tivesse sido mantido na embalagem, com a experiência de "unboxing" mantida.

Segundo o odômetro, foram rodados 227 km pelo Omega. Segundo Reginaldo de Campinas, foi possível manter o cheiro de carro novo. Os pneus também são originais de época e até apresentam leve descamação devido ao tempo guardado.

Todas as funções eletrônicas estão funcionando: o computador de bordo entrega informações como velocidade e consumo médios e ainda lê corretamente a temperatura externa.

Não há rádio (opcional à época), mas o veículo conta com um porta-fitas capaz de guardar seis cassetes no painel. A pintura não recebeu nenhum tratamento para a revenda do carro, mantendo seu brilho de três décadas atrás.

Daqui em diante, o Chevrolet Omega que causou discórdia entre o casal será exposto no Carde, em Campos do Jordão. Lá, o sedã nacional fará parte do museu com mais de 100 automóveis que contam a história dos carros no Brasil e no mundo.

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