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Mudança nas regras de viagem: Reino Unido passa a exigir autorização digital para cidadãos europeus

02/04/2025 11h29

A partir desta quarta-feira (2), turistas europeus que entram no Reino Unido precisam apresentar uma Autorização Eletrônica de Viagem (ETA, na sigla em inglês), um documento digital que visa reforçar a segurança nas fronteiras britânicas. A medida atinge cerca de 30 países europeus e entrou em vigor esta manhã, em estações de trem e aeroportos.

A requisição vale, também, para brasileiros com dupla nacionalidade que pretendem viajar para o Reino Unido com um passaporte europeu.

A mesma autorização digital já era exigida para os passaportes brasileiros desde janeiro, quando cerca de cinquenta países e territórios, incluindo Estados Unidos, Canadá e Austrália, passaram a necessitar do visto eletrônico.

Para obter essa autorização, é preciso preencher um formulário online antes da viagem e pagar uma taxa de £ 10, cerca de R$ 74 no câmbio atual. Esse valor aumentará para £ 16, ou cerca de R$ 117, a partir de 9 de abril. Para obter a autorização, é preciso baixar um aplicativo específico, "UK ETA" ou, na falta dele, acessar o site do governo britânico, gov.uk.

O pedido de autorização demora de três dias a uma semana para ser emitido pelas autoridades britânicas. 

Na Gare du Nord, em Paris, de onde partem os trens Eurostar para Londres, os viajantes entrevistados pela AFP tinham todos o ETA. 

Coleta de informações

"Se você não for cidadão de um país que exija visto, não for um britânico ou irlandês, queremos coletar as suas informações antes da partida para verificar se você está qualificado para viajar para o Reino Unido", explicou Phil Douglas, diretor-geral da Força de Fronteira do Reino Unido. Essa abordagem é "incrivelmente fácil" de implementar e agilizará as verificações na chegada por meio de portões automatizados, ele garantiu.

Alguns viajantes parisienses, no entanto, discordavam da medida. Renaud Ruer, um profissional da indústria vinícola, conta que passou meia hora preenchendo o formulário, que classificou de "aborrecimento inútil" e "extorsão".

Com exceção da Irlanda, todos os cidadãos de países dos cerca de 30 países europeus da lista, sejam viajantes menores de idade ou adultos, são afetados, exceto aqueles com visto (de trabalho, de estudos, etc.). O ETA será válido por dois anos e é vinculado digitalmente ao passaporte.

Segundo Phil Douglas, haverá um "período de transição" com uma forma de tolerância, que deve durar até "setembro ou outubro". Porém, depois disso, não será mais possível para os europeus embarcar em um avião ou trem para o Reino Unido sem ter a sua autorização eletrônica.

Cinco anos após a saída do Reino Unido da UE, o governo britânico justifica esta medida pela necessidade de "proteger as fronteiras" através da "digitalização do sistema de imigração". O Ministério do Interior afirma que isso garantirá "verificações de segurança mais robustas".

O ETA foi lançado em 2023, primeiro para cidadãos do Catar e depois em outros países do Golfo. O processo é semelhante ao do ESTA americano, que tem o mesmo valor.

Cidadãos de alguns países asiáticos e africanos, como Índia, Afeganistão, Camarões e Egito, continuam sujeitos ao sistema de visto tradicional.

O ETA permite que você permaneça no Reino Unido por até seis meses e permite viagens ilimitadas por dois anos, mas o pedido deve ser renovado, caso haja troca de passaporte.

A maioria das pessoas em trânsito pelo Reino Unido também terá que pagar a taxa, exceto aquelas que passam por certos aeroportos, como Heathrow ou Manchester, onde não precisam passar pelos controles de fronteira do Reino Unido ao desembarcar. 

A UE planeja implementar o mesmo tipo de sistema visando os viajantes com o ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem, na sigla em inglês), uma autorização para viajar para 30 países europeus, que deve entrar em vigor em 2026. O dispositivo será obrigatório para turistas oriundos de cerca de 60 países, entres eles o Brasil. 

(Com AFP)

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