Líderes europeus se preparam para agir contra Trump: 'Desordem econômica'
Autoridades da Itália, da França e do Reino Unido já começaram a discutir sobre possíveis respostas ao anúncio de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, que deve ocorrer hoje às 17h (horário de Brasília).
O que aconteceu
Itália disse que as novas taxas dos EUA devem atingir ''fortemente'' os produtores italianos. A primeira-ministra Giorgia Meloni disse que não descarta ''respostas adequadas'' para defender os produtos de seu país.
Ela falou que todos os esforços devem ser feitos para evitar uma guerra comercial. Meloni, que é amiga de Trump, vinha sendo mais cautelosa do que outros líderes da União Europeia sobre como o bloco deve reagir às tarifas.
O ministro italiano de Assuntos da UE, Tommaso Foti, alertou contra uma abordagem de ''olho por olho'' da Europa. ''Há uma necessidade de diálogo... quanto menos levantarmos a voz, melhor, o ponto deve ser determinado quando estivermos na mesa (de negociação)", disse ele em um evento de lobby empresarial em Roma.
A França declarou que o novo pacote pode levar a uma ''grande desordem econômica''. A porta-voz do governo, Sophie Primas, falou que o país espera que as tarifas a serem anunciadas sejam da ordem de 20% a 25% sobre produtos franceses e europeus. O ministro francês da Indústria, Marc Ferracci, defendeu mais cedo uma resposta "proporcional".
Reino Unido afirmou estar se preparando para ''todas as eventualidades''. O premiê Keir Starmer explicou hoje aos parlamentares que, embora todas as opções estejam sendo consideradas, ele evitaria qualquer reação impulsiva.
Nossa decisão sempre será guiada por nossos interesses nacionais, e é por isso que nos preparamos para todas as eventualidades, e não descartaremos nada. Keir Starmer
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco tem um "plano forte" para retaliar as tarifas americanas, se necessário. A estratégia é primeiro tentar a negociação e utilizar as "cartas" europeias, como o tamanho do mercado local e a possibilidade de contramedidas firmes. Em segundo e terceiro lugar, o bloco trabalhará para diversificar parcerias comerciais com outros países e para fortalecer o Mercado Único Europeu.
"Tarifaço" do republicano tem gerado apreensão em líderes mundiais e representantes econômicos. Essas autoridades não sabem exatamente como será a nova cobrança de tarifas americanas e esperam que algumas dúvidas sejam respondidas no evento de hoje.
*Com informações da Reuters