China planeja usina no espaço que abasteceria milhões de carros elétricos
A China quer liderar, muito além dos carros elétricos, a forma pela qual a humanidade obtém energia elétrica. Agora, uma das novas obsessões dos chineses é com uma tecnologia que só existia no campo das ideias: a geração de eletricidade no espaço, mas para uso na Terra.
A ideia faz sentido quando descobrimos que, no espaço, um mesmo painel solar gera dez vezes mais eletricidade do que geraria se estivesse no solo. Isso acontece porque, em órbita, não há interferência das nuvens e o Sol incide diretamente nas placas. Não é à toa que, mesmo com tecnologia muito mais ineficiente, a energia solar já servia à exploração espacial desde os anos 1950.
Até então, porém, ela era usada para alimentar sistemas pequenos. O plano dos chineses está em outra magnitude: planeja-se até uma fazenda solar espacial capaz de gerar a mesma energia da maior hidrelétrica do mundo, Três Gargantas.
São 22,5 megawatts de potência em jogo (a título de comparação, Itaipu tem 14 MW de potência). Em teoria, a usina espacial seria suficiente para alimentar cerca de 57,8 milhões de carros elétricos; quantidade que atende, com sobras, a frota atual de 40 milhões de EVs conforme dados da Agência Internacional de Energia.
Não à toa, ela vem sendo chamada de o 'Projeto Manhattan da vez', em referência ao projeto que deu origem às primeiras bombas atômicas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Como funcionaria?
Segundo Long Lehao, da Academia Chinesa de Ciências, os avanços dos foguetes reutilizáveis baratearam os custos de lançamento. Dessa forma, seriam utilizados vários foguetes para, aos poucos, montar cerca de 1 km2 de painéis em órbita terrestre, onde o Sol incide 24h por dia e de forma constante.
A energia captada será convertida, no próprio satélite, em eletricidade que alimentará antenas emissoras de microondas. Essas microondas serão captadas em uma base terrestre, onde ocorre o processo inverso, convertendo as ondas em eletricidade novamente.
A base teórica para isso existe há décadas, e testes em pequena escala já foram realizados. Mas os chineses parecem ter descoberto frequências ideias para transmitir uma boa quantidade de energia e, ao mesmo tempo, evitar que as microondas causem danos aos seres vivos que estiverem no caminho da transmissão.
"Em média, os raios geram uma densidade de potência na casa de 30 W/m². No centro do feixe de microondas, esse valor chega a 230 W/m² que, ainda assim, é uma fração da insolação ao meio-dia, que gera 1.000 W/m²", explicam documentos oficiais.
A China não dá prazos, mas sugere que pode iniciar operações comerciais da tecnologia ainda na década de 2020. Concorrentes como a empresa britânica Space Solar dão prazo maior, de 12 anos, mas que ainda são animadores para lugares como o Brasil.
Isso porque, em latitudes elevadas, as estações de recepção das microondas podem ocupar até 78 km². Próximo ao Equador, entretanto, a área diminui bastante. "Em países com território vasto, é mais fácil de criar estações. Se esses países tiverem áreas de plantio, dá até para utilizá-las simultaneamente com os receptores" diz a Space Solar.
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