Trump e Musk enfrentam seus primeiros testes eleitorais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta, nesta terça-feira (1º), os primeiros testes de seu segundo mandato com duas eleições legislativas parciais na Flórida ? uma vencida pelos republicanos, segundo a imprensa ?, e a escolha de um juiz em Wisconsin, na qual seu assessor Elon Musk se envolveu.
O juiz Brad Schimel, que recebeu o apoio de Trump e do homem mais rico do mundo, disputa com a juíza Susan Crawford, apoiada pelos democratas, um cargo na Suprema Corte de Wisconsin por 10 anos.
Se ele vencer, a máxima instância judicial deste estado dos Grandes Lagos se inclinará para a direita.
As pessoas "não percebem o quão importante isso é", disse Musk no domingo em um comício em apoio a Brad Schimel no norte de Wisconsin.
"Dizem: 'é uma questão jurídica sem importância', mas, na verdade, o que acontece nesta terça-feira é uma votação sobre qual partido controla a Câmara dos Representantes", acrescentou.
O chefe da Tesla e da SpaceX está preocupado que a Suprema Corte de Wisconsin possa reequilibrar o traçado dos distritos eleitorais a favor dos democratas.
Trump venceu neste estado-pêndulo nas eleições presidenciais de novembro, no mesmo dia em que a senadora democrata Tammy Baldwin foi reeleita.
- 'Desastre' -
O presidente republicano voltou a pressionar nesta terça-feira nas redes sociais, afirmando que Brad Schimel é um "patriota" e que Susan Crawford é uma "liberal da esquerda radical".
Com seu habitual discurso extremista, Trump afirmou que Crawford tem "histórico de deixar pedófilos e estupradores" livres e seria um "DESASTRE" se vencesse.
Susan Crawford tem uma ligeira vantagem nas pesquisas para esta eleição por voto popular, que normalmente passaria despercebida no resto do país.
Isso em condições normais, porque desta vez os dois lados contam com uma artilharia pesada.
Segundo o Brennan Center da Universidade de Nova York, esta "já é a eleição judicial mais cara da história dos Estados Unidos", com mais de 90 milhões de dólares (516 milhões de reais) gastos na campanha, incluindo 47 milhões de dólares (269 milhões de reais) para o candidato conservador.
Elon Musk tem muito a ver com isso. No domingo, ele entregou cheques de 2 milhões de dólares (11 milhões de reais) aos eleitores no palco de um comício em apoio a Schimel, uma iniciativa que os democratas consideram ilegal.
Para a juíza de 60 anos, seu verdadeiro adversário é o homem mais rico do mundo, que também lançou uma petição contra "juízes ativistas".
A campanha de Susan Crawford acusou Elon Musk de tentar "comprar uma cadeira na Suprema Corte de Wisconsin para garantir uma decisão favorável" em processos movidos por sua empresa de veículos elétricos Tesla contra as autoridades do estado.
Em pouco mais de dois meses no cargo, o bilionário republicano deu o tom de sua Presidência.
Além de fechar agências federais e demitir milhares de funcionários através de uma comissão liderada por Musk, Trump assinou centenas de decretos sobre energia, imigração, diversidade, aquecimento global...
Pesquisas mostram uma queda relativa em sua popularidade, mas o presidente de 78 anos não enfrenta nenhum desafio nas urnas desde novembro.
Na Flórida, duas cadeiras na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos estavam em jogo nesta terça-feira para cobrir as vagas deixadas pelo assessor de Segurança Nacional de Trump, Mike Waltz, e do então candidato a procurador-geral Matt Gaetz, que acabou não assumindo pasta.
Esta noite, os meios de comunicação deram por encerrada a disputa pelo sexto distrito da Flórida com a vitória do republicano Randy Fine.
"Parabéns Randy, uma grande VITÓRIA diante de um AVALANCHE DE DINHEIRO maciça", reagiu Trump no X.
Na outra eleição, o democrata Gay Valimont enfrenta Jimmy Patronis, que tem o apoio do magnata republicano. Qualquer resultado que não seja uma vitória esmagadora de Patronis será interpretada como uma reprimenda aos republicanos.
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