Rochas em Santos: entramos no maior reservatório em túnel da América Latina
Um túnel construído entre Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, não leva veículos entre um município e outro, mas abastece com água cerca de 748 mil pessoas. O Reservatório-Túnel Santa Tereza/Voturuá é o maior desse tipo na América Latina e o único no Brasil, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O que aconteceu
Como acontece a cada dois anos, o reservatório foi esvaziado para limpeza e aberto para visitação na semana passada. A Sabesp convidou a imprensa para conhecer o espaço na segunda-feira (24), último dia em que o local esteve aberto.
Reservatório é dividido em duas câmaras, cada uma em um município, com capacidade para 110 milhões de litros de água no total. Espaço tem cerca de 14 metros de altura, mas a água alcança aproximadamente nove metros. As marcas nas paredes indicam a altura atingida pelo volume de água.
Encerramos as visitações deste ano, mas, quem tiver vontade, vamos divulgar a próxima manutenção nas redes sociais. A visitação é importante para o cidadão entender como o imóvel dele é abastecido e reforçar a conscientização sobre o uso da água Ricardo Ferrari, superintendente da Sabesp na Baixada Santista

Em um trecho do reservatório, há pedaços de rocha que desabaram da estrutura por volta de 1989 e 1990. O representante da Sabesp que acompanhou a imprensa na visita não soube informar se as pedras caíram durante uma limpeza ou enquanto o reservatório estava cheio de água, mas ninguém ficou ferido.
A ideia de instalar um reservatório de água em morros surgiu em 1975 após os engenheiros da Sabesp à época não encontrarem outro local adequado na região. Naquela época, houve um aumento na população e no turismo da Baixada Santista, elevando o consumo de água.
Os morros onde o túnel foi construído possuem a mesma formação rochosa do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Os engenheiros avaliaram que a estrutura suportava a construção.
O reservatório é operado à distância pelo CCO (Centro de Controle Operacional) da Sabesp. Porém, dependendo da circunstância, funcionários podem ser acionados para atuar presencialmente.
Walter Vicente é um desses trabalhadores. "Nossa rotina é esporádica, porque o reservatório é independente. Existem válvulas automatizadas operadas pelo CCO, mas, quando a Estação de Tratamento de Água para ou precisa de alguma manobra específica, entramos com a mão de obra", explicou.