O PL (Projeto de Lei) que impõe a reciprocidade de regras ambiental e comercial nas relações do Brasil com outros países, aprovada hoje pelo Senado, não resolve o problema imposto pelos Estados Unidos, analisou o colunista Josias de Souza no UOL News, do Canal UOL.
Então, pode ser que a lei [aprovada hoje] vire uma 'letra-morta'. E a gente deve torcer para que isso ocorra, porque a lei não resolve o problema. O que resolve o problema comercial é alguma sensatez que o Trump não tem e que o Brasil não precisa incorporar. Josias de Souza, colunista do UOL
O projeto de lei (2088/2023), relatado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), foi aprovado de forma terminativa, pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal, como mostrou a reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Isso significa que não há necessidade de ir ao plenário e que, agora, seguirá diretamente para a Câmara, para votação em regime de urgência.
A lei aprovada é um movimento de reação às taxas impostas pelo governo americano de Donald Trump aos produtos do Brasil, principalmente o aço: desde o mês passado, os Estados Unidos passaram a cobrar a taxa de importação de 25% sobre o aço e alumínio enviados pelo Brasil, Canadá e México.
Acho que [essa lei aprovada] é uma decisão tola. O Trump está tentando fazer uma omelete tributária quebrando os ovos de empresas americanas. E logo logo, esse barulhinho do 'crac crac' vai se converter num barulho ensurdecedor dentro dos EUA.
E a posição do governo brasileiro, aparentemente, é o de aproveitar a omelete que o governo Trump está servindo. O Brasil será seletivo e, portanto, não irá sair atirando na base 'olho por olho, dente por dente'. Vai verificar quais são os setores que, eventualmente, poderá aplicar sanções e impor um desconforto maior, caso os Estados Unidos venham a estabelecer algum tipo de relação.
De resto, o Trump está empurrando países, como o Brasil, para a esfera de influência da China. Então, me parece que o governo brasileiro não opera segundo essa lógica exposta que o Congresso Nacional acabou de aprovar. Josias de Souza, colunista do UOL
Como foi a votação no Senado
Na votação, 16 senadores do colegiado foram favoráveis à proposta. Não houve votos contrários ou abstenções. O processo na comissão ocorreu em caráter terminativo, ou seja, quando não há necessidade de que o plenário do Senado também realize votação. A matéria, portanto, está pronta para ser encaminhada à Câmara dos Deputados.
Durante a discussão do projeto, a relatora salientou que a proposta oferece ao governo a possibilidade de adotar "contramedidas na mesma base" quando os produtos brasileiros se tornarem alvo de retaliações por outros países. Ela também fez menção ao anúncio do "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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