O governo Lula (PT) repete o erro de não se manifestar sobre o golpe militar de 1964, ainda mais pelo avanço no julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de aliados envolvidos na trama golpista, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News hoje.
Tanto o governo como as Forças Armadas tratam o dia de hoje, quando se completam 61 anos do golpe, como se fosse uma data comum. A decisão incomoda alguns aliados de Lula, que classificam o silêncio do presidente sobre o assunto como algo "constrangedor".
Lula deveria falar abertamente e fazer como os ministros do Supremo, mencionando todos os efeitos deletérios do golpe militar de 64 e tudo de ruim que ocorreu com o país. No entanto, no terceiro mandato do Lula, repete-se o que se verificou em mandatos anteriores: uma forma acanhada de tratar o golpe militar.
Sucessivos governos tratam os militares como figuras frágeis, bibelôs, e que não se pode dizer nada que os deixe irritados. Eles não fazem autocrítica. Estão submetidos agora a uma espécie de autópsia. O país precisa rediscutir e responder à seguinte pergunta: que papel o Brasil deseja das suas Forças Armadas e qual a missão delas? Certamente não é se acumpliciar a um golpe de Estado. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias criticou a falta de firmeza nas declarações dos militares que se recusaram a participar da tentativa do golpe discutido por Bolsonaro. Para o colunista, Lula contribui com a omissão na discussão do papel das Forças Armadas ao preferir o silêncio.
Nesse ambiente, o governo Lula deveria estar tocando bumbo, falando sobre o golpe militar de 64 e o que isso representa para a História do Brasil.
Desde a terceira posse dele, deveria ser corrigido um erro verificado em governos anteriores do PT que não discutiram o currículo das escolas militares e não submeteram os militares a uma revisão histórica que lhes permitisse enxergar o papel que não deveria ser repetido pelas Forças Armadas. Tudo isso levou o Bolsonaro a cooptar um pedaço das Forças Armadas para essa tentativa de golpe.
O governo Lula deveria lembrar a importância histórica de não virar essa página de 64 para trás, como tentou Bolsonaro. O governo erra flagrantemente quando se omite e finge que não há uma data histórica a ser lembrada neste dia 31 de março. Josias de Souza, colunista do UOL
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