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Quem 'matou' o futebol francês? Revistas analisam crise na 1ª divisão e apontam 'futuro incerto'

30/03/2025 07h34

A crise comercial que o futebol francês vem enfrentando é capa da revista L'Express desta semana. A publicação traz uma longa reportagem na qual aponta que "por trás das façanhas audaciosas do PSG, o futebol francês está tendo uma morte lenta", provocada por indefinições nos direitos de transmissão, que têm impactado diretamente na saúde financeira dos clubes. Sob outro ângulo, a revista FranceFootball também abordou a crise em sua edição de março.

A crise comercial que o futebol francês vem enfrentando é capa da revista L'Express desta semana. A publicação traz uma longa reportagem na qual aponta que "por trás das façanhas audaciosas do PSG, o futebol francês está tendo uma morte lenta", provocada por indefinições nos direitos de transmissão, que têm impactado diretamente na saúde financeira dos clubes. Sob outro ângulo, a revista FranceFootball também abordou a crise em sua edição de março.

"Quem matou o futebol francês? Os suspeitos são muitos e o futuro é incerto", questiona de forma ácida a reportagem de L'Express, intitulada "Les guerres secrètes du foot français" ("As guerras secretas do futebol francês", na tradução para o português). A revista classifica como "astronômica" a potencial perda financeira que os clubes podem ter até o fim da temporada, podendo ultrapassar 1 bilhão de euros.

"O incêndio também é financeiro. E ele vem corroendo o sistema há anos (...) E cada vez menos torcedores estão pagando pela liga. As perdas combinadas dos clubes da Liga 1 e da Liga 2 chegarão a € ,1,2 bilhão (cerca de R$ 7,41 bilhões) até o final da temporada, de acordo com estimativas de Jean-Marc Mickeler, presidente do órgão de fiscalização da administração dos clubes (...) Várias equipes estão procurando urgentemente um comprador, ou correm o risco de falência. Se o futebol francês quiser sobreviver, terá que abrir mão de um certo estilo de vida", analisa o artigo.

Segundo a reportagem de L'Express, a crise começou em 2020 quando os direitos de transmissão da Liga 1 trocaram de mãos, passando da emissora francesa Canal+ para o grupo espanhol Mediapro, que adquiriu a maior parte dos jogos por 780 milhões após leilão. Parecia um momento de mudança para a liga, com valores pagos pelos direitos aumentando em 60%. Porém, a pandemia de Covid-19 entrou em campo inesperadamente e mudou os rumos desse jogo.

"A Covid e o fim repentino do campeonato mudaram tudo", descreve a revista. "Assinaturas caras, produção ruim, pirataria... os assinantes eram escassos, a emissora espanhola primeiro implorou à Liga para renegociar os direitos para baixo, depois não pagou as parcelas prometidas e faliu no final de 2020. Um choque para todos os clubes franceses que já tinham começado a gastar a dádiva providencial sem nem mesmo tê-la recebido".

Como tornar a Liga 1 mais atraente?

Cinco anos depois a crise continua, com novos personagens, mas os mesmos problemas. Atualmente a transmissão está sob o domínio do grupo inglês DAZN. Segundo L'Express, a empresa "está ameaçando parar de pagar os milhões que prometeu à Liga de Futebol Profissional (LFP)". Um dos motivos seria por não ter atingido o número estimado de um milhão de assinantes, previsto em contrato.

Em sua edição deste mês, a revista FranceFootball, por sua vez, também abordou o problema financeiro no futebol francês, analisando quais seriam as possíveis soluções. Segundo a publicação, "em meio à crise dos direitos de TV, é do interesse das emissoras, dos órgãos dirigentes e dos clubes da Liga 1 tornar o campeonato mais atraente. Para conquistar e fidelizar mais assinantes".

L'Express enxerga um possível novo horizonte através da família Arnault, a mais rica da França e proprietária do grupo LVMH, que controla a Louis Vuitton, líder mundial no mercado de artigos de luxo. Em novembro de 2024, a família recomprou o Paris FC, outro clube da capital, menos badalado que o PSG e que disputa a segunda divisão atualmente. 

"A família Arnault salvará o futebol francês?", pergunta a reportagem de L'Express.

"Nos bastidores, alguns interlocutores também veem isso como o desejo da família de "refranquear" o futebol na França", diante de um cenário em que quase 60% dos clubes franceses pertencem a investidores estrangeiros, revela a revista.

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