Paquistão: ataques de drones do Exército contra talibãs deixa ao menos 11 mortos
Pelo menos 11 pessoas, incluindo três crianças, morreram neste sábado (29) no oeste do Paquistão em ataques de drones do Exército contra os talibãs, depois que os insurgentes mataram sete soldados, na sexta-feira (28).
Três ataques de drones foram realizados na manhã deste sábado em Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira ocidental com o Afeganistão. Falando sob condição de anonimato, um alto oficial da polícia disse que o alvo eram "esconderijos dos talibãs paquistaneses". "Só soubemos esta manhã que as vítimas incluíam duas mulheres e três crianças", acrescentou.
"Como sinal de protesto, alguns moradores colocaram os corpos das vítimas na estrada", alegando que eram "civis inocentes" mortos pelos bombardeios, explicou o policial.
Outra fonte policial confirmou que "uma investigação está em andamento para determinar se os talibãs estavam realmente presentes nos locais quando o ataque ocorreu".
O movimento dos Talibãs Paquistaneses (TTP), que compartilha a ideologia com o braço governante dos talibãs no Afeganistão, anunciou a sua "campanha anual" de 2025 em meados de março, ameaçando as tropas com "emboscadas, ataques direcionados, atentados suicidas e bombardeios".
Desde que a operação foi lançada, o grupo assumiu a responsabilidade por cerca de 100 ataques em Khyber Pakhtunkhwa. Na sexta-feira, vários "talibãs armados" mataram sete soldados que realizavam uma operação contra eles, disse uma fonte policial neste sábado.
Desde 1º de janeiro, de acordo com uma contagem da AFP, mais de 190 pessoas, a maioria membros das forças de segurança, morreram em decorrência da violência perpetrada por grupos armados que lutam contra o Estado em Khyber Pakhtunkhwa e no Baluchistão.
Ataques são frequentes
Todos os dias, pelo menos um ataque, de magnitude variável, é relatado na fronteira ocidental com o Afeganistão, onde o Exército regularmente alega matar "terroristas" durante operações de busca, sem realmente conter a violência.
Os ataques aumentaram no Paquistão desde que o Talibã retornou ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021.
Islamabad acusa os novos governantes em Cabul de não eliminarem os militantes que se refugiaram em solo afegão para preparar ataques contra o Paquistão.
O governo do Talibã nega essas acusações e, por sua vez, acusa o Paquistão de abrigar células "terroristas" em seu território, apontando o dedo para o braço regional do grupo Estado Islâmico, o ISIS-K.
"O Paquistão espera que o governo afegão assuma suas responsabilidades", garantiu o Exército no início de março, "reservando-se o direito de tomar as medidas necessárias para responder a essas ameaças vindas do outro lado da fronteira".
O Centro de Pesquisa e Estudos de Segurança, sediado em Islamabad, estima que 2024 foi o ano mais mortal em quase uma década no Paquistão, com mais de 1.600 mortes, quase metade delas de agentes das forças de segurança.