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Iceberg se solta na Antártida e revela vida marinha escondida; veja fotos

Um polvo repousa no fundo do mar a 1.150 metros de profundidade - ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute
Um polvo repousa no fundo do mar a 1.150 metros de profundidade Imagem: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute
do UOL

Colaboração para o Uol, em Campinas

29/03/2025 05h30

Um mundo submarino inesperado foi revelado após um iceberg gigante se desprender na Antártida. Cientistas que exploraram a área recém-exposta encontraram uma diversidade surpreendente de vida marinha que permaneceu escondida por séculos sob a espessa camada de gelo.

O que aconteceu

O iceberg A-84, com cerca de 540 km², separou-se da Plataforma de Gelo George VI em 13 janeiro deste ano. Uma equipe internacional de pesquisadores do Schmidt Ocean Institute, que já realizava estudos na região, redirecionou sua expedição para investigar a área repentinamente exposta.

A imagem de satélite MODIS com Reflectância Corrigida mostra o iceberg que se desprendeu - Divulgação/NASA - Divulgação/NASA
A imagem de satélite MODIS com Reflectância Corrigida mostra o iceberg que se desprendeu
Imagem: Divulgação/NASA

Utilizando um veículo submarino operado remotamente, os cientistas descobriram um ecossistema próspero e diversificado. Grandes esponjas marinhas, corais centenários e diversas espécies de invertebrados habitavam o fundo do mar que permaneceu isolado da luz solar por tempo indeterminado.

Sem acesso à luz solar ou à matéria orgânica da superfície, os organismos parecem depender de nutrientes trazidos por correntes oceânicas profundas.

Os pesquisadores disseram que o tamanho de alguns organismos sugere que este ecossistema existe há décadas ou mesmo séculos. A descoberta oferece novas perspectivas sobre a resiliência da vida marinha e sua capacidade de se adaptar a ambientes hostis.

Impacto da pesquisa

 Algumas formas de vida reveladas após iceberg A-84 se desprender  - ROV SuBastian / Instituto Oceânico Schmidt - ROV SuBastian / Instituto Oceânico Schmidt
Algumas formas de vida reveladas após iceberg A-84 se desprender
Imagem: ROV SuBastian / Instituto Oceânico Schmidt

Além de documentar novas espécies, os cientistas coletaram amostras para entender melhor os mecanismos que sustentam este ecossistema único. As descobertas podem ajudar a prever como a vida marinha responderá às mudanças climáticas e ao recuo das plataformas de gelo na Antártida.

A equipe planeja retornar ao local para monitorar como o ecossistema se adapta à nova condição de exposição. Estas observações serão cruciais para entender os processos ecológicos em um dos ambientes mais extremos do planeta.

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