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Gaza: Hamas denuncia "crime de guerra" após desaparecimento de socorristas há uma semana

29/03/2025 13h49

O Crescente Vermelho Palestino informou no sábado (29) que ainda não teve notícias de uma equipe de nove socorristas, desde que soldados israelenses atiraram contra ambulâncias em Gaza no último domingo, acusando as autoridades israelenses de impedir uma operação para encontrá-los. O exército israelense admitiu ter atirado contra ambulâncias na Faixa de Gaza após considerar os veículos "suspeitos". O Hamas denuncia um "crime de guerra" que custou a vida de um paramédico.

Com informações da correspondente da RFI em Ramallah, Amira Souilem

O incidente ocorreu no domingo (23) no bairro de Tal al-Sultan, no oeste de Rafah, cidade localizada ao sul da Faixa de Gaza, onde as tropas israelenses voltaram à ofensiva em 20 de março, dois dias após o Exército retomar os bombardeios aéreos no enclave palestino, após uma trégua de quase dois meses.

"Pelo sétimo dia consecutivo, o destino de nove socorristas palestinos do Crescente Vermelho permanece desconhecido depois que eles foram sitiados e alvos das forças israelenses em Rafah", disse a organização, em um comunicado.

Ela acrescentou que as autoridades israelenses impediram uma equipe de entrar na área de Tal al-Sultan para procurá-los. Os socorristas "foram atingidos por fogo pesado das forças israelenses", continuou o Crescente Vermelho.

De acordo com um comunicado do exército enviado à AFP, "alguns minutos" depois que os soldados "eliminaram vários terroristas do Hamas" abrindo fogo contra seus veículos, "outros veículos se moveram de forma suspeita em direção aos soldados".

"Os militares responderam abrindo fogo contra os veículos suspeitos, matando vários terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica", acrescentou o comunicado, sem mencionar nenhum tiro disparado desses veículos contra os soldados.

"Uma investigação preliminar estabeleceu que alguns dos veículos suspeitos (...) eram ambulâncias e caminhões de bombeiros", acrescentou o Exército, sem dar mais detalhes, denunciando "o uso repetido (...) por organizações terroristas na Faixa de Gaza de ambulâncias para fins terroristas".

"Massacre brutal"

Na manhã de segunda-feira (24), a Defesa Civil de Gaza anunciou em um comunicado que não recebeu notícias de uma equipe de seis socorristas de Tal al-Sultan que havia sido enviada com urgência, no dia anterior, para responder a relatos de mortes e feridos, após o avanço das tropas israelenses.

Na sexta-feira (28), ela disse ter encontrado o corpo do líder da equipe e os veículos de resgate (uma ambulância e um veículo de combate a incêndio) e os de uma equipe do Crescente Vermelho "reduzidos a uma pilha de sucata".

"As forças de ocupação cometeram um massacre brutal e deliberado contra equipes da Defesa Civil e do Crescente Vermelho na cidade de Rafah", disse Bassem Naim, membro do gabinete político do Hamas, em uma declaração denunciando "um crime de guerra".

Na Faixa de Gaza, desde 18 de março, "ambulâncias foram alvejadas" e "equipes de resgate foram mortas", disse um comunicado divulgado na sexta-feira pelo chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher. "Se os princípios básicos do direito internacional ainda valem alguma coisa", acrescenta Fletcher, "a comunidade internacional deve agir (...) para garantir que sejam respeitados".

(Com RFI e AFP)

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