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Vale? Concessionária cobra meio milhão para consertar carro de R$ 100 mil

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do UOL

Eduardo Passos

Colaboração para o UOL

29/03/2025 05h30

Quando o carro está fora da garantia, qualquer ida à oficina reserva emoções para o dono, que já espera uma possível 'facada' no bolso. Um cliente de São Paulo, entretanto, recebeu uma notícia que vai muito além do que pode ser chamado de 'ruim': a concessionária cobrou R$ 596.680 para consertar seu Mercedes-Benz GLK, avaliado em R$ 107.424 pela Tabela Fipe.

O incidente ocorreu em concessionária no bairro da Vila Mariana, em São Paulo (SP). O orçamento assustador foi cedido pelo perfil @consultingcars no Instagram. Segundo a página, o documento veio de uma pessoa próxima ao caso e que não pôde ser contatada, assim como o dono do carro.

Ainda houve um desconto de R$ 4933,83 para o cliente desafortunado - Reprodução/@consultingcars - Reprodução/@consultingcars
Ainda houve um desconto de R$ 4933,83 para o cliente desafortunado
Imagem: Reprodução/@consultingcars

O GLK 2014 precisou ir à oficina pois um bico injetor do seu motor 2.2 turbodiesel travou aberto. Por conta disso, o óleo diesel em forma líquida causou danos que incluem a destruição das bielas dos quatro cilindros e até rachaduras no bloco do propulsor.

O engenheiro automotivo Renato Passos, especialista em motores a diesel, compartilha o entendimento de que o problema, como relatado, é de fato catastrófico para a mecânica do SUV alemão. Dessa forma, a opção em orçar motor e cabeçote novos é legítima.

Motor do GLK é comum. Difícil mesmo é encontrar um novo e nas especificações exatas do SUV - Divulgação - Divulgação
Motor do GLK é comum. Difícil mesmo é encontrar um novo e nas especificações exatas do SUV
Imagem: Divulgação

O preço alto, ao que tudo indica, tem a ver com a escassez do 2.2 turbodiesel na configuração exata do GLK de 11 anos atrás. "Não se sabe se a oficina aproveitaria itens periféricos do motor estragado, como alternador, motor de arranque e bombas, por exemplo", explica. "Pelo preço, eu diria que não. Esse motor zero-km deve vir da Alemanha ou dos EUA, a depender do estoque".

Renato acrescenta que esse motor, de código OM 651, é irmão do 2.2 turbodiesel de código OM 651 LA, amplamente utilizado na Sprinter. Entretanto, recorrer à versão alternativa pode ser desafiador, pois seriam necessários ferramentas e conhecimento técnico nada triviais;

"Na configuração do GLK, há diferenças na central eletrônica. Eventualmente, mudam aspectos ligados aos dois turbocompressores, aos injetores e mais".

Versão a diesel do Mercedes-Benz GLK é querida por entusiastas de modelos mais incomuns - Divulgação - Divulgação
Versão a diesel do Mercedes-Benz GLK é querida por entusiastas de modelos mais incomuns
Imagem: Divulgação

Mas a missão não é impossível: UOL Carros encontrou lojas que vendem o motor OM 651 recuperado de unidades batidas do GLK. Uma das lojas, de São Paulo (SP), cobra R$ 35.000 pelo 2.2 turbodiesel usado. Há promessa de três meses de garantia e de que a peça foi devidamente regularizada junto aos órgãos de trânsito.

O engenheiro assegura que a prática de trocar peças ou motores inteiros entre diferentes veículos é bem comum e utilizada em diferentes setores da indústria. É necessário, porém, que a instalação seja feita por técnicos capazes de atestarem a qualidade final do processo a fins de segurança. "Tem como. Dá muito mais trabalho, mas, ainda assim, o custo é bem mais baixo"

Em nota ao UOL Carros, a Mercedes-Benz disse que o orçamento apresentado foi feito sem uma análise física no veículo pelo concessionário. "Esse tipo de consulta, sobre valores de peças é muito comum em nossos concessionários envolvendo veículos mais antigos. Dessa forma, para termos uma avaliação mais precisa sobre a possível troca de motor, é necessária uma análise completa no veículo", afirmou a marca.

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