Trump vai investigar Disney por programas de diversidade na empresa
A FCC (Comissão Federal de Comunicações), agência que regula o setor de comunicações dos Estados Unidos, disse que vai investigar a Walt Disney e sua TV, ABC, por conta de suas práticas e diversidade.
O que aconteceu
As práticas para diversidade da Disney estariam em desacordo com as regulamentações de igualdade e oportunidade de emprego da agência, segundo a FCC. O presidente da entidade, Brendan Carr, se pronunciou ontem sobre a ação.
A agência quer constatar se as ações para diversidade da empresa são responsáveis por "discriminações". Segundo carta enviada por Carr ao CEO da Disney, Bob Iger, a agência está preocupada com alguns programas de diversidade da empresa, chamadas por ele de DEI (Políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão).
Embora a Disney tenha começado como uma empresa americana icônica, recentemente ela apostou tudo em DEI. Estou preocupado que suas práticas de DEI possam violar as proibições da FCC sobre formas odiosas de discriminação. Brendan Carr, em carta para Disney
Segundo Carr, a agência teria posse de relatórios que indicam que a Disney investiu em discriminação, e que isso teria afetado decisões da empresa. Para a agência, seguindo protocolo da governo de Donald Trump, as empresas não devem promover políticas de inclusão, nem contratar pessoas com base em raças e etnias sub-representadas,
Como você deve saber, a Lei de Comunicações e as regras da Comissão proíbem entidades regulamentadas como a ABC da Disney de discriminar com base em raça, cor, religião, nacionalidade, idade e gênero. Brendan Carr
Postura mais radical dos EUA
Carr citou na carta um projeto da empresa que exigia que ao menos 50% dos personagens das produções da Disney fossem destinados a "grupos sub-representados". A iniciativa, apresentada em 2020, seria destinada a atores e roteiristas. Para a agência, ações como essa seriam formas "odiosas de discriminação".
Disney disse que vai analisar a carta e colaborar com as dúvidas da agência. Um porta-voz da empresa relatou para a tv americana CNBC que responderia todas as perguntas da FCC.
Agência tem adotado postura mais radical. Desde que Donald Trump assumiu a Casa Branca, o governo dos EUA tem feito um pente fino para identificar organizações adeptas de programas de diversidade.
Carr foi indicado por Trump para fiscalizar de maneira agressiva os meios de comunicação. Desde então, a agência já abriu investigações contra ABC, CBS e NBC.