Xi afirma a executivos estrangeiros que porta da China abrirá cada vez mais
O presidente chinês, Xi Jinping, fez um alerta nesta sexta-feira (28) sobre os "graves desafios" para o comércio mundial e prometeu abrir cada vez mais a porta do país às empresas estrangeiras, em plena guerra comercial com os Estados Unidos.
Em uma reunião no Grande Salão do Povo em Pequim, na presença, entre outros, do investidor americano Ray Dalio e do CEO da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, Xi advertiu que o "unilateralismo e o protecionismo" estão aumentando.
"O multilateralismo é a opção inevitável para abordar as dificuldades e desafios que o mundo enfrenta, e a globalização econômica é uma tendência histórica imparável", disse Xi.
As declarações são uma crítica velada às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem afetar o crescimento econômico instável da China e suas exportações.
A China é o país com o maior superávit comercial com os Estados Unidos, que em 2024 representou 295,4 bilhões de dólares (1,697 trilhão de reais), segundo o Departamento de Comércio em Washington.
O país asiático tenta atrair empresas de outros países em um cenário de guerra comercial e se posiciona como ferrenho defensor do multilateralismo.
Neste sentido, Xi também pediu respeito às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), ao mesmo tempo que prometeu que a China continuará "avançando na liberalização do comércio e do investimento".
"A China está firmemente comprometida em avançar com a reforma e a abertura. A porta de entrada só abrirá mais e mais", disse o presidente no evento em Pequim.
"A China está comprometida com o desenvolvimento de alta qualidade e em acelerar a transformação verde, digital e inteligente, e tem uma forte capacidade de suporte industrial", acrescentou ó Xi.
O presidente acrescentou que as empresas estrangeiras "podem desenvolver suas vantagens e capacidades" na China, além de "obter vantagens na competição global".
Historicamente, as exportações representam o motor do crescimento chinês, enquanto as empresas estrangeiras reclamam de um ambiente comercial injusto para investir, com denúncias de roubo de propriedade intelectual e falta de transparência regulatória.
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