'Octacampeã' mundial de felicidade: o que explica o bem-estar na Finlândia
A Finlândia foi eleita o país mais feliz do mundo pelo oitavo ano seguido pelo World Happiness Report de 2025. Mas, afinal, qual é o segredo para manter os altos níveis de "felicidade" da população?
O que aconteceu
O estudo leva em consideração fatores essenciais para manter a qualidade de vida. Os principais são: bem-estar social, liberdade para tomada de decisões, PIB per capita, expectativa de vida saudável e ausência de corrupção no governo. O relatório anual, publicado pelo Centro de Pesquisa de Bem-Estar da Universidade de Oxford, é feito em parceria com o Gallup e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.
País tem uma das cargas tributárias mais altas da Europa, mas oferece contrapartidas. Na Finlândia há saúde pública universal, educação gratuita e de qualidade — isso a faz ser considerada uma das "superpotências" da educação ao lado da Coreia do Sul —, segurança, infraestrutura e bem-estar social.
Razões para ser um país 'feliz'
1. Bem-estar social e confiança nas instituições. Os finlandeses confiam fortemente no governo, na polícia, na justiça e uns nos outros. Baixos índices de corrupção. A segurança jurídica e a previsibilidade das políticas públicas geram um ambiente de estabilidade. Além disso, segundo o Índice de Percepção da Corrupção (Transparency International), a Finlândia está em segundo lugar no ranking global de países com menor percepção de corrupção, ficando atrás apenas da Dinamarca.
2. Estado de bem-estar social forte. Educação e saúde públicas e de alta qualidade, acessíveis a todos. Também há sistema de proteção social robusto: seguro-desemprego eficiente, auxílio-maternidade/paternidade, subsídios habitacionais, e demais programas de políticas públicas, assim como a baixa desigualdade social.
3. Conexão com a natureza. O contato com ambientes naturais faz parte da vida diária. Florestas, lagos e espaços verdes estão por toda parte e são de fácil acesso para a população. A preservação ambiental é um valor profundamente enraizado na cultura local. Inclusive, leis específicas asseguram o chamado "direito de acesso" à natureza, conhecido como Everyman's Right.
4. Educação de qualidade e equitativa. O sistema educacional é gratuito em grande parte e considerado um dos melhores do mundo. Destaca-se por sua abordagem centrada no aluno, priorizando o bem-estar, a criatividade e o pensamento crítico, com menos ênfase em competição e provas padronizadas. Apesar dos desafios recentes, continua sendo uma referência mundial em termos de qualidade e equidade na educação.
5. Estilo de vida equilibrado com lazer garantido. Cultura baseada na modéstia, autenticidade e ausência de ostentação. Valorização do tempo livre, da família e de hobbies ao ar livre. Vale dizer que Helsinque, a capital, é palco de uma vida cultural vibrante, com museus, galerias e eventos que são acessíveis a todos os públicos.
6. Baixos níveis de estresse e alta qualidade de vida. Curto tempo de deslocamento entre casa e trabalho. Boa relação entre vida profissional e pessoal. Infraestrutura urbana eficiente e serviços públicos que funcionam. Há políticas de trabalho flexíveis e uma forte rede de segurança social permitem que os indivíduos dediquem mais momentos à família, aos amigos e a hobbies.
Confira abaixo os 10 países mais felizes do mundo para se morar:
- Finlândia
- Dinamarca
- Islândia
- Suécia
- Holanda
- Costa Rica
- Noruega
- Israel
- Luxemburgo
- México
E o Brasil?
Brasil ocupa a 36ª posição no mundo no ranking. Na América Latina e Caribe, o país está na 5ª posição, atrás do Uruguai (4º), Belize (3º), México (2º) e Costa Rica (1º).
No Índice de Percepção da Corrupção (Transparency International) o Brasil aparece na 107º posição. Está no mesmo patamar que a Argélia, Turquia, Nepal, Tailândia, Nigéria e Malawi.