Trump promete ajuda a Mianmar após terremoto, mesmo com desmonte da USAID
O governo do presidente Donald Trump disse ao Congresso nesta sexta-feira que cortará quase todos os empregos restantes na Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional e fechará a agência, mesmo com Trump prometendo que os EUA fornecerá assistência a Mianmar após um terremoto devastador.
Especialistas em ajuda humanitária expressaram seu alarme com os novos cortes em uma agência cuja ajuda humanitária ganhou influência em Washington e salvou vidas em todo o mundo por mais de 60 anos. A USAID desempenha um papel importante na coordenação da assistência em caso de terremoto.
Milhares de funcionários da USAID e servidores do Serviço de Relações Exteriores designados para a agência ficaram sabendo, por meio de um memorando interno, que todos os cargos não exigidos por lei seriam eliminados em julho e setembro.
O memorando analisado pela Reuters foi enviado aos funcionários por Jeremy Lewin, vice-administrador interino da agência e membro do Departamento de Eficiência Governamental do bilionário Elon Musk, que corta empregos. O Doge supervisionou uma primeira rodada de cortes na USAID no mês passado.
A notificação do Departamento de Estado ao Congresso sobre os cortes de pessoal, também vista pela Reuters, disse que as missões da USAID em todo o mundo seriam fechadas e as funções restantes da agência seriam incorporadas ao Departamento de Estado.
Os cortes na agência colocaram os esforços humanitários em todo o mundo em uma turbulência. O último aviso veio no dia em que um forte terremoto atingiu a Tailândia e Mianmar, derrubando edifícios e matando dezenas de pessoas. Historicamente, a USAID tem desempenhado um papel importante na coordenação dos esforços de socorro em caso de desastres.
Nesta sexta-feira, um tribunal de recursos federal decidiu que Musk e o Doge podem continuar fazendo cortes na USAID enquanto apelam de uma decisão de um tribunal inferior que os impediu de fazer isso.
O deputado Gregory Meeks, principal democrata do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, disse em um comunicado que o fechamento da USAID era ilegal e tinha como objetivo retirar os EUA "de seu papel de liderança global com o máximo de crueldade e perturbação possível".