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JD Vance diz que Groenlândia estaria mais segura sob controle americano

28/03/2025 19h31

JD Vance diz que Groenlândia estaria mais segura sob controle americano - Em visita controversa ao território semiautônomo, vice-presidente americano acusou a Dinamarca de não proteger a ilha dos interesses dos russos e chineses.O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, disse nesta sexta-feira (28/03) que a Dinamarca não fornece um nível adequado de segurança para a Groenlândia e defendeu que o território semiautônomo estaria mais seguro sob o controle americano.

Vance e sua esposa, Usha, estiveram na ilha do Ártico como parte de uma delegação da Casa Branca que visitava uma base militar americana, o posto avançado da Força Espacial em Pituffik, na costa noroeste da Groenlândia. Os planos iniciaisincluíam outras agendas no local, mas Vance reduziu as atividades após sofrer críticas pela viagem não ter sido acordada com as autoridades dinamarquesas.

"Vocês não investiram o suficiente no povo da Groenlândia e não investiram o suficiente na arquitetura de segurança dessa incrível e bela terra. Isso simplesmente precisa mudar", disse Vance aos repórteres após a visita à base militar, acrescendo que a Dinamarca "não fez um bom trabalho".

"Acho que vocês estariam muito melhor sob o guarda-chuva de segurança dos Estados Unidos do que sob o guarda-chuva de segurança da Dinamarca", acrescentou o vice-presidente.

Segundo ele, os EUA "não têm outra opção" a não ser assumir uma posição significativa para garantir a segurança do território. Ele enfatizou que não acredita que o uso de força militar seria necessário para isso.

"Achamos que o povo da Groenlândia é racional e bom, achamos que teremos que fazer um acordo, no estilo Donald Trump, para garantir a segurança desse território, mas também dos Estados Unidos da América", defendeu.

"Poderíamos torná-los muito mais seguros. Poderíamos protegê-los muito mais. E acho que eles também se sairiam muito melhor economicamente", completou o vice-presidente.

Segundo Vance, Rússia e a China estariam cada vez mais interessadas na Groenlândia, que está estrategicamente localizada no Oceano Ártico, entre a Europa e a América do Norte.

Relações acirradas

A viagem de Vance ocorre em meio ao desgaste das relações entre os EUA e a Dinamarca, um aliado tradicional dos americanos e membro da Otan.

As falas do vice-presidente repetem a posição do presidente dos EUA, Donald Trump, que tem insistido que Washington vai controlar a ilha "de uma forma ou de outra" e tem se recusado a descartar o uso da força para atingir seus objetivos.

Nesta sexta-feira, em Washington, Trump disse que os EUA "precisam da Groenlândia para a segurança internacional". Segundo ele, o domínio americano é importante não apenas para os Estados Unidos, mas "é muito importante para a paz do mundo".

Ele defendeu que Rússia e China têm interesse em utilizar rotas marítimas que devem se abrir entre o Pacífico e o Atlântico devido ao aquecimento global e ao consequente derretimento precoce do gelo.

O que Vance fez na Groenlândia?

O vice-presidente liderou uma delegação que incluía o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz e o secretário de energia Chris Wright, para a visita de um dia.

Inicialmente, Usha Vance havia anunciado uma viagem individual de três dias que incluiria uma visita à corrida de trenós puxados por cães Avannaata Qimussersu em Sisimiut. Seu marido então disse que se juntaria a ela nessa viagem.

No entanto, o itinerário foi alterado após protestos de autoridades da Groenlândia e da Dinamarca.

A mudança eliminou o risco de violação dos costumes diplomáticos ao enviar uma delegação a outro país sem um convite oficial. Ela também reduziu a probabilidade de Vance e sua esposa enfrentarem protestos dos moradores.

Segundo a emissora emissora pública dinamarquesa DR, uma manifestação foi marcada para sábado, em frente à Embaixada dos EUA na capital dinamarquesa, em repúdio à visita de Vance.

Groenlândia sob novo governo

Antes da visita, quatro dos cinco partidos eleitos para o parlamento da Groenlândia no início deste mês concordaram em formar um novo governo de coalizão de base ampla, unificando-se para combater as intenções de Trump.

"Em um momento em que nós, como povo, estamos sob pressão, devemos nos manter unidos", disse o novo primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, em uma coletiva de imprensa.

Em uma publicação no Instagram, a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen parabenizou Nielsen e seu novo governo. "Estou ansiosa por uma cooperação estreita em um período desnecessariamente cheio de conflitos", escreveu.

Na terça-feira, ela argumentou que a proposta de uma visita estendida de Vance criou uma "pressão inaceitável" e que "Groenlândia pertence aos gronelandeses".

gq (DW, Reuters)

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