Sakamoto: Moraes e Gonet trataram caso do cartão como 'insignificante'
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, trataram a suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como "insignificante" ao arquivarem a ação contra o político, avaliou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News, do Canal UOL.
O Moraes e o Gonet trataram isso como uma coisa insignificante, e não foi. O Brasil teve 700 mil mortos por covid-19. O ex-presidente foi co-responsável por parte dessas mortes ao não adotar um comportamento racional e científico durante a pandemia.
Essa situação não é menos grave que a tentativa de golpe do Estado, justamente, porque diz respeito a uma pessoa que brincou com a vida de muita gente e, no final, ainda por cima, tentou colocar o seu registro para se beneficiar de uma vacina que ele, com orgulho, diz que não tomou. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Moraes decidiu arquivar hoje a investigação contra Bolsonaro e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) por suposta fraude em cartão de vacinação da covid-19. A decisão ocorreu após a PGR (Procuradoria-Geral da República) pedir o fim do inquérito contra o ex-presidente.
A PGR entendeu que não havia elementos para justificar sua "responsabilização". Na decisão, porém, o ministro determinou que a parte da investigação envolvendo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e outras pessoas sem foro, seja remetida para a primeira instância.
É uma pena, porque o Paulo Gonet tem um comportamento super objetivo, direto, fundamentado, e não caberia a ele ter um comportamento como esse, muito mais semelhante a outros procuradores que engavetavam ou deixavam para lá. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto: Delação de Cid não vai cair, mas há risco grande de perder benefícios
A delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, cair é praticamente nula, mas é provável que ele perca os benefícios oferecidos a ele.
O pessoal está rediscutindo a questão da delação, e muitos ministros [do STF] querem discutir, só que por enquanto mais para o lado de Cid perder o benefício do que a delação ir para o vinagre.
Eu falei com uma pessoa lá dentro que disse: olha, a delação não vai cair nem por um decreto. A chance da delação cair é a mesma de um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Agora, a chance do Cid perder alguns dos benefícios é muito grande.
A crítica no vai e vem é que é bem pelo contrário. É de que o Moraes teria sido leniente no sentido de manter o benefício do Cid diante de tudo o que aconteceu. Mas muitos ministros ficaram irritados com o comportamento do Cid.
Leonardo Sakamoto
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