FMI confirma que Argentina solicitou empréstimo de US$ 20 bilhões
O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou, nesta sexta-feira (28), que negocia com a Argentina um possível empréstimo de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões) por quatro anos para apoiar o programa de reformas econômicas do presidente Javier Milei.
"O novo programa está muito avançado e o compromisso continua em todos os níveis para finalizar um acordo que ajudará a Argentina a consolidar seu já bem-sucedido programa econômico", disse o FMI em um comunicado.
A confirmação do organismo ocorre depois de Milei e seu ministro da Economia, Luis Caputo, terem anunciado na quinta-feira a quantia do novo acordo. O número não foi confirmado pelo Fundo, que, no entanto, esclareceu que os desembolsos serão entregues "em partes".
O programa ainda deve ser aprovado pelo diretório do organismo financeiro, com o qual o país já assinou em 2018 um acordo em 44 bilhões de dólares (160 bilhões de reais em valores de 2018) que representou seu maior endividamento.
Caputo disse que a Argentina também está negociando empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial para reforçar as reservas do Banco Central (BCRA).
Milei declarou mais tarde na quinta-feira que desse modo as reservas ficariam em "pelo menos" 50 bilhões de dólares (288 bilhões de reais), contra os 26,2 bilhões (151 bilhões de reais) que tem atualmente.
O programa do FMI, cujos detalhes não são publicados, "de nenhuma maneira" inclui uma desvalorização, descartou Milei em uma entrevista com a Radio El Observador.
"Aqui faltam pesos, faltam dólares", acrescentou, apesar dos diversos pedidos de ajuda externa.
O governo busca apaziguar a incerteza sobre eventuais exigências do FMI para eliminar os controles cambiários ou a possível adoção de uma flutuação administrada do peso.
Na última semana, as intervenções no mercado de câmbio representaram uma sangria de mais de 1,2 bilhão de dólares (6,9 bilhões de reais).
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