Brasil abre 431.995 vagas formais de emprego em fevereiro, bem acima do esperado
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil abriu 431.995 vagas formais de trabalho em fevereiro, maior resultado mensal da série histórica e muito além do esperado por economistas, mostrou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego,
O resultado do mês passado foi fruto de 2.579.192 admissões e 2.147.197 desligamentos. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam uma criação líquida de 250.000 vagas.
O saldo de fevereiro foi o maior da série do Novo Caged, que contabiliza os dados a partir de 2020. Em fevereiro de 2024, foram criados 307.544 postos de trabalho. O novo dado é preliminar e ainda sujeito a ajustes.
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o Caged registrou a criação de 576.081 postos, o maior resultado para o período desde 2021, quando houve criação de 652.215 vagas. Já no acumulado em 12 meses, o saldo foi positivo em 1.782.761 postos.
Todos os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos de vagas em fevereiro, com o setor de serviços na liderança, com a abertura de 254.812 vagas, ou alta de 1,10%, seguido pela indústria, com 69.884 novos postos, o equivalente a um aumento de 0,78%. Em último lugar, depois de comércio e construção, ficou o setor de agropecuária com abertura de 19.842 vagas, uma alta de 1,08%.
Os fortes números do emprego formal no primeiro bimestre vêm depois de um resultado negativo recorde em dezembro, com o fechamento de 547.525 vagas, e ocorre em meio a um ciclo de aperto da política monetária por parte do Banco Central, que busca desaquecer a atividade econômica para controlar a inflação.
O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu o recorde à atuação do governo federal nos últimos dois anos, citando um processo de reindustrialização das cadeias e o fomento à produção nacional. Ele voltou a criticar o mercado financeiro e estimativas que apoiam um aperto da política monetária.
"O mercado da produção está apostando no governo no caminho certo, tem outro mercado que aposta contra. É visível isso", afirmou.
Contudo, o ministro também disse que o maior número de dias úteis em fevereiro deste ano, pelo fato de o Carnaval ter caído em março, também afetou positivamente o resultado do mês, porém os números do próximo devem vir mais fracos pelo mesmo fator.
"Não esperemos um número tão vultoso em março conforme aconteceu nos outros anos. É natural esse processo", afirmou.
(Por Victor Borges)