Homem que morreu após anestesia para tatuar tinha hipertrofia no coração
O influenciador que morreu em um hospital de Santa Catarina após tomar anestesia geral para ser tatuado tinha hipertrofia no coração, informou laudo feito pela perícia após a morte dele.
O que aconteceu
Condição de Ricardo Godoi, 46, acontece quando músculo do coração se desenvolve de maneira excessiva. A informação sobre o laudo foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Aden Claus, ao UOL.
Primeira certidão de óbito do influenciador afirmava que ele teve uma parada cardiorrespiratória em decorrência do uso de anabolizantes. Após o homem ser enterrado, a Polícia Civil pediu a exumação do corpo dele.
Histórico de uso de anabolizantes. Segundo o delegado Aden Claus, os próprios familiares do influenciador afirmaram que ele já tinha usado anabolizantes, mas que tinha parado há pelo menos cinco meses.
A polícia ainda não explicou se a hipertrofia do coração tem relação com o uso de anabolizantes, mesmo que no passado. A previsão é de que o inquérito do caso seja concluído nos próximos dias.
Entenda o caso
Ricardo, de 46 anos, iria fazer uma tatuagem nas costas em Itapema (SC). Na manhã de 20 de janeiro, o empresário publicou nas redes sociais que passaria por um procedimento cirúrgico que terminaria às 16h, mas morreu por volta das 12h.
A anestesia geral ocorreu no Hospital Dia Revitalite. Na sequência, a tatuagem começaria a ser feita na mesma clínica por uma equipe de três tatuadores.
Ricardo, no entanto, teve um problema cardiorrespiratório logo após a sedação, segundo relatório hospitalar. Ao UOL, um dos tatuadores, que preferiu não ser identificado, explicou que um cardiologista foi chamado durante as complicações e tentou reanimar o paciente, mas ele não sobreviveu.
Corpo do homem foi exumado após ser enterrado sem passar por exame cadavérico. O pedido para exumação foi feito pela polícia e aceito pela Justiça, que entendeu que os exames tinham "o propósito de esclarecer as circunstâncias da morte de Ricardo e apurar eventual prática criminosa".
O que diz a defesa do tatuador
Ao UOL, defesa do tatuador afirmou que exames de sangue foram feitos e aprovados previamente. ''Contratamos um hospital particular com toda equipe, equipamentos e drogas anestésicas necessárias para a segurança do procedimento. Contratamos também um médico com especialização em anestesiologia e experiência em intubação, que teve sua documentação aprovada pelo hospital'', afirmou.
Segundo ele, Ricardo assinou o termo de consentimento de risco. Ele ainda explicou que o procedimento, que é regulamentado pelo CRM (Conselho Regional de Medicina), é feito quando o cliente prefere não sentir dor e quer fazer a tatuagem em uma única sessão.
O studio de tatuagem lamenta profundamente o falecimento do Ricardo, que além de cliente era um grande amigo do proprietário do Studio. Defesa em nota
Quem era o empresário?
Ricardo era vendedor e comprador de veículos de luxo. Além disso, ele era casado e deixa quatro filhos.
Nas redes sociais, a vítima tinha mais de 200 mil seguidores. Ele costumava publicar fotos de carros exóticos que importava para o Brasil para vender. ''Meu objetivo é trazer os carros mais exclusivos do mundo inteiro. Quero emocionar os apaixonados por automóveis, apresentar modelos que nunca foram vistos em solo nacional'', dizia.
Amava o que fazia, um exemplo de um profissional acima da média, alguém que veio de lá de baixo e alcançou um nível alto não só na vida profissional mas também como marido, pai, filho, e amigo. Ricardo Portes