Partidos da Alemanha avançam em negociações para formação de governo, apesar de diferenças
Por Andreas Rinke e Markus Wacket
BERLIM (Reuters) - O bloco conservador CDU/CSU e o Partido Social-Democrata (SPD) concordaram nesta quarta-feira em passar para a próxima rodada de negociações sobre a formação de um governo de coalizão na Alemanha, apesar das profundas diferenças que ainda existem em áreas que vão desde a imigração até a proteção ao consumidor.
Especialistas dos conservadores, de Friedrich Merz, que venceram a eleição federal de 23 de fevereiro, e do SPD, que ficou em terceiro lugar, têm passado as duas últimas semanas elaborando esboços de programas de governo em 16 áreas diferentes.
"Compartilhamos o objetivo de lançar as bases para um governo forte e capaz", disseram os partidos em uma declaração, anunciando que as lideranças partidárias começarão a partir de sexta-feira o trabalho de estabelecer um documento final.
Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e uma economia em declínio, o trabalho é urgente: Merz, o aspirante a chanceler, disse que espera formar um governo até o final de abril.
Em algumas áreas importantes, os partidos continuam distantes, como na imigração, onde o SPD reluta em aceitar a expulsão de imigrantes ilegais nas fronteiras, uma das principais demandas dos conservadores.
A orientação geral da política fiscal já foi definida pelos partidos na semana passada, quando concordaram em aprovar um pacote fiscal para autorizar empréstimos de até um trilhão de euros a fim de reforçar os gastos militares e de infraestrutura.
O SPD, que liderou o último governo com Olaf Scholz como chanceler, está em uma posição forte, apesar de seu fraco desempenho eleitoral, já que é o único partido, além da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, que pode fornecer a Merz uma maioria parlamentar.
A AfD, agora o segundo maior partido no Parlamento, está subindo nas pesquisas de opinião, com alguns eleitores conservadores aparentemente desanimados com a reviravolta de Merz em relação a promessas fiscais.