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Incêndios florestais deixam pelo menos 24 mortos na Coreia do Sul

26/03/2025 09h06

Pelo menos 24 pessoas morreram e 12 ficaram gravemente feridas nos maiores incêndios da história da Coreia do Sul, que destruíram mais de 17.000 hectares de floresta e ameaçam dois Patrimônios Mundiais da Unesco. 

Os focos de incêndio começaram no sábado (22) e o balanço de vítimas ainda é provisório, segundo o Ministério do Interior sul-coreano.

Na manhã desta quarta-feira (26), um helicóptero que ajudava a combater as chamas "caiu em uma área montanhosa do condado de Uiseong", segundo o corpo de bombeiros da província oriental de Gyeongbuk. O piloto morreu no acidente.

Este já é o segundo maior incêndio da história da Coreia do Sul. No ano 2000, as chamas queimaram 23.913 hectares na costa leste do país. 

Os moradores, que se refugiaram no ginásio da escola primária de Sinsung, contaram que tiveram que fugir tão rápido das chamas que deixaram todos os pertences. 

"Os ventos eram muito fortes", disse Kwon So-han, um morador de Andong de 79 anos que fugiu assim que recebeu a ordem de retirada. "O fogo veio da montanha e caiu sobre minha casa", acrescentou, alegando que não conseguiu levar nada. 

Danos sem precedentes 

Os incêndios "estão se desenvolvendo de uma forma que ultrapassam os modelos de previsão existentes", disse o presidente interino Han Duck-soo. Ele elevou o nível de alerta ao máximo nesta quarta-feira e anunciou uma "resposta nacional completa". 

Os incêndios, agravados pelo tempo seco e os ventos, levaram as autoridades a deslocar quase 27.000 pessoas. 

As aldeias de Hahoe e Byeongsan Seowon, dois patrimônios da Unesco populares entre os turistas, continuam ameaçadas. Os bombeiros também estão monitorando os arredores de Byeongsan Seowon, conhecido por seu histórico Instituto Neoconfucionista. 

Situação crítica

Centenas de soldados foram mobilizados e militares dos EUA estão fornecendo apoio de helicópteros de suas bases militares no sul do país, segundo o governo.

Os soldados se somam aos mais de 6.700 bombeiros já mobilizados. Dois quintos deles estão na área de Uiseong, disseram as autoridades na terça-feira. Um dos incêndios teria sido causado acidentalmente por uma pessoa em um cemitério, mas a origem dos outros focos é desconhecida.

"Não podemos dizer que o fogo tenha sido provocado apenas pelas mudanças climáticas, mas elas afetam direta e indiretamente os fenômenos que constatamos atualmente", disse Yeh Sang-Wook, professor de climatologia da Universidade Hanyang em Seul, à AFP. 

Segundo ele, "os incêndios florestais se tornarão mais frequentes" no futuro. "A região experimentou um clima excepcionalmente seco com chuvas abaixo da média", disse o presidente interino. Segundo ele, o sul do país registrou duas vezes mais incêndios neste ano do que em 2024. 

O ano passado foi o mais quente já registrado na Coreia do Sul, com uma temperatura média anual de 14,5 graus Celsius - dois graus mais quente do que a média dos 30 anos anteriores--, de acordo com a Administração Meteorológica da Coreia. 

(Com informações da AFP)

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