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"Este não é o momento de agir sozinho", diz Rutte, da Otan, aos EUA e à Europa

26/03/2025 15h25

VARSÓVIA (Reuters) - O Secretário-Geral da Otan, Mark Rutte, advertiu os Estados Unidos e a Europa nesta quarta-feira contra qualquer tentação de "agirem sozinhos" em matéria de segurança, em meio ao aumento das tensões sobre o futuro da aliança transatlântica.

Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, colocou em dúvida a disposição de Washington de defender os aliados da Otan, que segundo ele não estariam pagando o suficiente por sua própria defesa, provocando alarme entre líderes europeus sobre o futuro da aliança atlântica à medida que enfrentam uma Rússia cada vez mais assertiva.

Em discurso na Escola de Economia de Varsóvia, Rutte disse que os EUA precisam que os países europeus "intensifiquem" a segurança e que a aliança deveria se tornar mais justa.

"Quero deixar bem claro que este não é o momento de agirmos sozinhos. Nem para a Europa nem para a América do Norte", disse Rutte.

"Os desafios de segurança global são grandes demais para qualquer um de nós enfrentar sozinho. Quando se trata de manter a Europa e a América do Norte seguras, não há alternativa à Otan", acrescentou.

Vários países europeus, incluindo a Alemanha e o Reino Unido, anunciaram planos para aumentar os gastos com defesa, enquanto Trump busca uma reaproximação com o presidente russo Vladimir Putin em seus esforços para acabar com a guerra de três anos na Ucrânia.

Trump já havia dito anteriormente que os membros da aliança da Otan deveriam gastar 5% do produto interno bruto (PIB) em defesa -- um aumento significativo em relação à meta atual de 2% e um nível que nenhum país da Otan, incluindo os Estados Unidos, atinge atualmente.

"Sim, a Europa precisa saber que o Tio Sam ainda nos protege. Mas os Estados Unidos também precisam saber que seus aliados da Otan vão se esforçar", disse Rutte, acrescentando que a cúpula da aliança em junho, em Haia, será um momento seminal em sua história.

"Iniciaremos um novo capítulo para nossa aliança transatlântica, onde construiremos uma Otan mais forte, mais justa e mais letal", disse o ex-primeiro-ministro holandês. "Uma Otan mais justa significa que todos os aliados estão fazendo sua parte justa."

(Reportagem de Lili Bayer, Andrew Gray)

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