Embraer vai instalar centro de formação de pilotos de aviões militares em Beja, no sul de Portugal
Portugal vai sediar, em Beja, no sul do país, um centro para a formação de pilotos das aeronaves militares KC-390 do fabricante brasileiro Embraer, informou nesta quarta-feira (26), o ministro português da Defesa, Nuno Melo.
"Vamos formar os membros da tripulação dessas aeronaves, que já estão presentes na força aérea de vários países", declarou o ministro à mídia local durante uma visita a uma base militar em Beja, sem fornecer mais detalhes.
A Força Aérea Portuguesa, que já recebeu um simulador para o treinamento de pilotos, está se preparando para adquirir um segundo equipamento.
"O investimento no setor de defesa é prioritário e estratégico. A possibilidade de Portugal formar pilotos é um passo decisivo", destacou o ministro, que está em fim de mandato.
Além disso, o Ministério da Defesa explicou recentemente que Portugal está avaliando todas as opções para substituir os caças F-16 americanos, que atualmente equipam a Força Aérea do país, mas que em breve chegarão ao fim de sua vida útil. O país analisará as opções disponíveis no mercado entre os países aliados, o que inclui diferentes modelos europeus ou os F-35 americanos.
Contexto político vai definir
As decisões serão tomadas considerando o "contexto geopolítico atual, que demonstra a necessidade de reforçar o pilar europeu de defesa da OTAN", explicou um porta-voz do ministério à AFP. Ele também lembrou que Portugal já decidiu adquirir 12 aeronaves Embraer A-29 Super Tucano.
Essa aquisição representa um investimento de € 200 milhões (mais de R$ 1,2 bilhão na cotação atual), dos quais € 75 milhões (R$ 460 milhões) serão destinados às indústrias de defesa portuguesas, que irão reconfigurar as aeronaves de acordo com os padrões da OTAN, acrescentou o porta-voz.
O governo do primeiro-ministro português de centro-direita, Luis Montenegro, perdeu um voto de confiança no parlamento em 11 de março, e eleições antecipadas foram convocadas para 18 de maio, após a dissolução do Parlamento pelo presidente.
(com AFP)