China tem margem de manobra "muito grande" para estimular crescimento, afirma assessor do BC
Por Kevin Yao
BOAO, China (Reuters) - A China tem uma margem de manobra significativa para estimular sua economia neste ano, embora seja necessária alguma reforma para impulsionar o consumo, disse Huang Yiping, assessor do banco central da China e professor da Universidade de Pequim, nesta quarta-feira.
A China revelou novas medidas fiscais, incluindo um aumento em seu déficit orçamentário anual, para ajudar a atingir uma meta de crescimento econômico de cerca de 5% neste ano, que os analistas têm descrito como ambiciosa. O banco central chinês se comprometeu a cortar as taxas de juros e injetar mais dinheiro na economia em um momento apropriado.
"Ainda há um espaço muito grande em termos de políticas macroeconômicas", disse Huang à Reuters, à margem do fórum anual de Boao.
As políticas ajudarão a enfrentar os problemas cíclicos, enquanto alguns desafios estruturais poderão ser resolvidos no futuro, disse ele.
Algumas medidas de reforma, incluindo aquelas para aumentar a renda e a confiança das pessoas, são necessárias para impulsionar o consumo, além das recentes medidas reveladas pelo governo, disse Huang.
O Fórum de Boao, uma cúpula internacional vista como a versão asiática do Fórum Econômico Mundial, está sendo realizado na província chinesa de Hainan de terça a sexta-feira.
As autoridades chinesas colocaram a expansão da demanda doméstica, especialmente o consumo, como a principal prioridade deste ano, à medida que tentam amortecer o impacto das tarifas dos Estados Unidos em suas exportações.
Huang também disse no fórum que a globalização, que tem beneficiado muitas economias asiáticas, poderia ser revertida.
"Muitas das economias mais bem-sucedidas do último meio século ou mais, como as economias do Leste Asiático - China e assim por diante - todas se beneficiaram da globalização, mas certamente há um risco de que a globalização liderada pelos EUA possa ser revertida", disse Huang.