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Atriz Fanny Ardant defende Gérard Depardieu em processo de agressões sexuais

26/03/2025 17h16

A lenda do cinema francês Gérard Depardieu mais uma vez defendeu sua inocência nesta quarta-feira (26), quando o tribunal abordou a segunda acusação em seu julgamento em Paris por supostas agressões sexuais nas filmagens de "Les Volets Verts", em 2021. A atriz Fanny Ardant, outro grande nome do cinema francês, prestou depoimento defendendo o ator.

"Eu, Fanny Ardant, nunca presenciei um gesto que considerasse escandaloso" por parte de Depardieu, declarou a atriz no terceiro dia de seu julgamento no Tribunal Correcional, descrevendo o ator como um "amigo de longa data".

"Eu também sou mulher, já passei por coisas assim. Sei que se pode dizer não a Gérard", acrescentou Ardant, que alcançou fama internacional na década de 1980 com "A Mulher do Lado", de François Truffaut, no qual contracenava com Depardieu.  

Sarah (pseudônimo), assistente de direção do filme "Les Volets Verts", acusou o ator de colocar "a mão nas [suas] nádegas", entre outras agressões, versão que manteve nesta quarta-feira, terceiro dia de julgamento.

"Eu não cometi agressão sexual; agressão é mais grave do que isso, eu acho", disse o ator, que já havia se defendido no dia anterior das acusações da primeira denunciante, Amélie, uma cenógrafa de 54 anos.

"Mais grave do que o quê?", perguntou o advogado de Sarah, Claude Vincent.

"Mais grave do que uma mão nas nádegas. Bem, eu não toquei nas nádegas", respondeu o réu de 76 anos.

"Sempre acompanhado de uma equipe"

Em sua defesa, o premiado ator de filmes como "Cyrano de Bergerac" afirmou que nunca está sozinho nas filmagens, pois está acompanhado de sua equipe: figurinista, maquiador e segurança.

A denunciante, de 34 anos, não se lembra disso. Segundo seu relato, em 1º de setembro de 2021, quando acompanhou o ator do camarim ao set, "sua equipe não estava".

"Saímos do camarim, estava escuro e, no final do caminho, ele tranquilamente colocou a mão nas minhas nádegas", descreveu Sarah aos jurados. A mulher disse ainda que o ator a agrediu duas vezes, tocando suas nádegas e seios. Nas duas vezes, "eu disse não!", exclamou.

Em um primeiro momento, a assistente de direção não disse nada sobre o ocorrido até desabafar com seu chefe. Ele entrou em contato com a produção do filme para exigir um pedido de desculpas do ator.

Ele se desculpou "muito contrariado", lembrou Sarah. Então, transformou sua vida em um inferno, chamou-a de "dedo-duro" e "louca" além de se recusar a trabalhar com ela, diz.

"Não queria que jovens se aproximassem do camarim porque sou grosseiro!", disse o ator. "Sou vulgar, sou grosseiro, sou desbocado", mas "não toco", acrescentou o acusado.

(com AFP)

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