Vai ter greve da CPTM? Veja atualizações sobre paralisação dos ferroviários
Os ferroviários que trabalham na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram em assembleia não paralisar as operações de três linhas previstas para a 0h de amanhã. A paralisação quer frear as propostas de privatização apresentadas pelo governo do estado.
O que aconteceu
Decisão sobre paralisação foi confirmada em assembleia na noite de hoje. Uma reunião com ferroviários da CPTM ocorreu às 20h de hoje, quando foi votada uma cláusula de paz, com manifestação pacífica dos trabalhadores das 0h de quarta até sexta-feira (28).
Os ferroviários fizeram um ato público na manhã de hoje na frente da bolsa de valores de São Paulo. A reuniu cerca de 100 pessoas e faz parte das movimentações dos ferroviários contra a privatização de três linhas da companhia. O governo de São Paulo projeta o leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Estão previstos investimentos de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos de concessão.
"Empresas executam lucro, mas não retornam em investimentos à população", diz representante de sindicado. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, que representa as bases das linhas 11, 12 e 13 da CPTM, Fernando Ricardo Santos da Costa, avalia que, enquanto a companhia pública investiu em trens, reformas e capacitação de funcionários ao longo dos últimos 30 anos, usuários de linhas privatizadas nos últimos anos sofreram com corte de gastos e pouco conhecimento técnico das equipes contratadas pelo setor privado.
Dirigente cita casos de lentidão e maior espera por trens em linhas privatizadas. "Hoje, na linha 9, por exemplo, operada pela ViaMobilidade, vemos frequentes reclamações de lentidão e que os intervalos de espera entre um trem e outro é muito maior do que era antes da privatização", diz Costa. Ele atribui os atrasos à "falta de experiência dos profissionais que estão lá, de capacitação e treinamento de pessoas contratadas pelo setor privado, e de investimento em profissionais com experiência e conhecimento apurado". E acrescenta: "Como qualquer empresa privada, o objetivo final será o lucro, não o serviço".
A previsão dos ferroviários é de que, se aprovada, a paralisação contra a privatização comece nesta madrugada. Segundo previsão, a partir da meia-noite a circulação será interrompida - mas o indicativo de greve ainda será debatido em assembleia, na noite de hoje.
Se realizada, a greve interromperia o atendimento nas linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Mais de 4,6 milhões de pessoas residem nas regiões atendidas pelas três linhas. As linhas a serem leiloadas conectam a região central da capital paulista à zona leste e cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos.
A direção do sindicato dos ferroviários declarou que só vai acabar a greve se o leilão for cancelado ou o governo demonstrar interesse em diálogo com a categoria. "Queremos que o governo seja democrático, converse com os ferroviários e consulte a população da região metropolitana de SP, que vai ser afetada, para paridade de diálogo para os dois lados" [setor privado e ferroviários], afirmou ao UOL o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil.
Mais de 4,6 milhões de pessoas residem nas regiões atendidas pelas três linhas. As linhas a serem leiloadas conectam a região central da capital paulista à zona leste e cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos.
O UOL procurou o governo de São Paulo por um posicionamento. O texto será atualizado em caso de resposta.