Petróleo fecha quase estável, trégua entre Rússia e Ucrânia compensa temores com oferta
Por Nicole Jao
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo fecharam quase estáveis nesta terça-feira, uma vez que uma trégua entre Rússia e Ucrânia compensou preocupações com uma oferta global mais restrita devido à ameaça de tarifas dos Estados Unidos sobre os países que compram a produção venezuelana.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 0,03%, a US$73,02 por barril. O petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caiu 0,16%, a US$69.
Os Estados Unidos fecharam acordos com a Ucrânia e a Rússia para interromper os ataques no mar e contra alvos energéticos, com Washington concordando em pressionar para suspender algumas sanções contra Moscou.
Kiev e Moscou disseram que confiariam em Washington para fazer cumprir os acordos, ao mesmo tempo em que expressaram ceticismo de que o outro lado os cumpriria.
"Se houver um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, isso poderá abrir a porta para a redução das sanções contra o petróleo russo", disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.
A ameaça de Trump de impor tarifas contra os países que importam petróleo e gás da Venezuela aumentou as preocupações com a oferta, e ambos os índices de referência subiram mais de 1% na segunda-feira após o anúncio.
"Essas tarifas secundárias são uma sanção indireta para degradar a capacidade de fornecimento de petróleo da Venezuela e prejudicar o sistema de refino 'teapot' da China", disse Mukesh Sahdev, chefe global de mercados de commodities da Rystad Energy, referindo-se às pequenas refinarias independentes chinesas.
O petróleo é o principal produto de exportação da Venezuela. A China, que já é alvo das tarifas de importação dos EUA, é seu maior comprador.
(Reportagem adicional de Ahmad Ghaddar em Londres, Yuka Obayashi em Tóquio e Siyi Liu em Cingapura)