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Israel bombardeia Faixa de Gaza e ataca bases militares na Síria

25/03/2025 08h42

Pelo menos 14 pessoas morreram em ataques israelenses na Faixa de Gaza na manhã desta terça-feira (25), anunciou a Defesa Civil palestina. Mais de uma semana após a retomada das operações militares israelenses, mais de 20 bombardeios nos arredores de Khan Yunis e Zeitun, próximos à cidade de Gaza, resultaram na morte de combatentes do Hamas, além de mulheres e crianças, segundo o porta-voz da organização de resgate. 

"Mais de 20 ataques aéreos realizados pela Força Aérea israelense em diferentes áreas da Faixa de Gaza deixaram pelo menos 14 mortos, incluindo várias crianças e mulheres", disse Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil em Gaza. Segundo a mesma fonte, nove pessoas foram mortas ao amanhecer na província de Khan Yunis, no sul, incluindo uma família inteira: os dois pais e seus três filhos. 

Outras cinco pessoas foram mortas por um ataque aéreo israelense a um prédio em Zeitoun, um bairro no sudeste da Cidade de Gaza, ainda segundo a Defesa Civil. 

Bassal mencionou fogo de artilharia no norte do território palestino, em Beit Hanoun e Beit Lahia, e em Khan Yunis, as duas áreas onde a operação israelense está concentrada há uma semana. 

Israel confirmou esta manhã ter realizado ataques durante a noite na Faixa de Gaza, especificando que eles ocorreram como parte de operações "antiterroristas".

O acordo de trégua, alcançado pelos países mediadores, entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra. Porém, após semanas de desacordo sobre a manutenção ou não a trégua, Israel quebrou o cessar-fogo, em 18 de março, com bombardeios massivos seguidos de operações terrestres. A estratégia israelense, segundo o governo Netanyahu, é forçar o movimento palestino a entregar os últimos reféns. 

Desde a retomada das operações militares, pelo menos 730 palestinos foram mortos no território sitiado, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas. Israel, por sua vez, questiona a credibilidade dessas estatísticas, que são consideradas confiáveis pela ONU. A AFP não conseguiu verificar de forma independente o número de mortos no conflito. 

Na noite de segunda-feira (24), sirenes de ataque aéreo soaram em comunidades israelenses perto da Faixa de Gaza. O exército anunciou que três "projéteis" lançados do enclave palestino entraram em Israel, antes de serem interceptados por sua defesa aérea. 

No mesmo dia, um jornalista da rede de TV Al Jazeera foi morto devido à explosão de um drone israelense que visou seu carro em Beit Lahia, no norte de Gaza. O carro do repórter estava identificado com o logotipo do canal do Catar.

De acordo com o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), Israel acusou Hossam Shabat de ser membro do Hamas, o que o jornalista negou com veemência. A Defesa Civil também informou que um funcionário da emissora de televisão Jihad Islâmica Palestina Hoje, Mohamed Mansour, foi morto em outro ataque em Khan Yunis.

Ataques na Síria

O Exército israelense atacou novamente duas bases militares no centro da Síria, um dia após a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, ter alertado sobre o risco de "uma nova escalada" na região devido aos ataques naquele país e no Líbano. 

"As FDI (Forças de Defesa Israelenses) atacaram as infraestruturas militares que permaneciam nas bases militares sírias de Tadmur e T4", afirmou o Exército em referência às bases em Palmira e outra 50 quilômetros ao oeste da cidade. "As FDI continuarão atuando para eliminar qualquer ameaça aos cidadãos do Estado de Israel", acrescentou o comunicado. 

Nos últimos meses, Israel intensificou seus ataques aéreos na Síria visando, principalmente, a infraestrutura militar que o governo israelense acredita estar ligada ao antigo regime sírio e ao movimento Hezbollah libanês. 

A província de Homs foi atingida várias vezes, devido ao seu papel nas transferências de armas na região. 

Os ataques na Síria se intensificaram após a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro passado, pelos radicais islâmicos do grupo Hayat Tahrir al Sham (HTS), antiga dissidência síria da Al-Qaeda. 

Israel já afirmou que não toleraria a presença do HTS ou de grupos afiliados no sul da Síria e pediu a desmilitarização da área. Desde então, expandiu suas operações na região, adicionando mais tensão à instabilidade regional. 

(Com AFP)

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