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Fatah pede a Hamas que deixe o poder para preservar 'a existência dos palestinos'

22/03/2025 09h22

O porta-voz do partido Fatah em Gaza pediu neste sábado que seu rival Hamas renuncie para preservar "a existência dos palestinos" no território, onde Israel intensifica suas operações militares e ameaça expulsar a população. 

"O Hamas deve mostrar compaixão por Gaza, suas crianças, suas mulheres e seus homens. Alertamos para dias difíceis, duros e entediantes que virão para o povo da Faixa de Gaza", disse Mounther al-Hayek, porta-voz do partido do presidente palestino Mahmoud Abbas. 

O movimento islamista palestino tomou o poder em Gaza em 2007, quando derrubou o governo da Autoridade Palestina, dominado pelo Fatah. 

Desde então, as tentativas de reconciliação entre as duas partes falharam. 

Hayek pediu ao grupo islamista que deixe "o cenário do governo e perceba plenamente que a batalha que se aproxima [se decidir permanecer no poder] levará ao fim da existência dos palestinos" em Gaza. 

O porta-voz repetiu o que alguns moradores de Gaza já ousam dizer abertamente, exaustos pelo sofrimento e destruição da guerra. 

O conflito começou após o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023. 

Uma trégua entrou em vigor em 19 de janeiro, mas Israel rompeu o acordo na terça-feira ao retomar os bombardeios a Gaza, para onde suas tropas retornaram. 

O Hamas continua exigindo a implementação da trégua, mas Israel, com o apoio dos Estados Unidos, endureceu suas exigências e ameaçou anexar partes de Gaza se o grupo não libertar os reféns ainda mantidos no território. 

Nos últimos dias, vários ministros israelenses exigiram tanto o desarmamento do Hamas quanto a desmilitarização completa da faixa costeira. 

O Hamas acusou os Estados Unidos neste sábado de distorcer a realidade, alegando que o movimento islamista "escolheu a guerra" ao se recusar a libertar os reféns. 

"A resistência palestina propôs iniciativas claras para um cessar-fogo e uma troca total de prisioneiros", disse o grupo que governa Gaza. 

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu "rejeitou essas iniciativas e as sabotou deliberadamente para servir aos seus próprios interesses políticos", criticou.

bur/az/mj/cyj/bfi/sag/acc/eg/jc

© Agence France-Presse

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