Coreia do Norte testa novo míssil e recebe visita de secretário de Segurança russo
A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira (21) que testou um novo sistema de mísseis antiaéreos. Sem especificar a data, a KCNA, a agência de notícias oficial do país, confirmou que o líder norte-coreano Kim Jong-Un participou do lançamento e divulgou fotos de projéteis lançados de uma pista de aeroporto, além de imagens de explosões no mar.
Segundo o líder norte-coreano, o teste provou que os militares norte-coreanos estão agora equipados com um sistema de defesa de alto desempenho.
O lançamento foi anunciado um dia após o fim do exercício militar anual "Freedom Shield" da Coreia do Sul, em conjunto com os Estados Unidos. O Ministério da Defesa norte-coreano considerou as manobras "um ensaio para uma guerra".
Este ano, o objetivo do "Freedom Shield" foi preparar uma eventual resposta às ameaças nucleares, biológicas e químicas da Coreia do Norte, segundo Seul.
Em 10 de janeiro, data de início das manobras, a Coreia do Norte disparou vários mísseis balísticos em direção ao Mar Amarelo. No final de fevereiro, Pyongyang também realizou testes de mísseis de cruzeiro para mostrar suas "capacidades de contra-ataque".
Visita de secretário do Conselho de Segurança russo
O líder norte-coreano também recebeu nesta sexta a visita do secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, em Pyongyang. A visita de Shoigu, anunciada pelas agências russas Tass e RIA Novosti, ilustra a aproximação entre Moscou e a Coreia do Norte, especialmente na área militar, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Shoigu iniciou sua visita a Pyongyang colocando uma coroa de flores em um monumento aos soldados do Exército Vermelho, que libertaram o norte da Península Coreana da ocupação japonesa no final da Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, ele se reuniu com Kim Jong Un e outras autoridades.
No ano passado, a Rússia e o regime norte-coreano assinaram um acordo de defesa mútua durante uma visita do presidente russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte.
Os países ocidentais e a Coreia do Sul acusam Pyongyang de enviar tropas para lutar ao lado do Exército russo na Ucrânia, o que nunca foi confirmado ou negado pela Coreia do Norte ou pela Rússia.
Mísseis poderiam ser usados na guerra da Ucrânia
Agências de inteligência sul-coreanas e ocidentais estimam que mais de 10 mil soldados norte-coreanos foram enviados à Rússia para ajudar a reconquistar a região de Kursk, invadida pela Ucrânia em 2024. Além disso, o Ministério da Defesa sul-coreano relatou entregas de mísseis, 200 peças de artilharia de longo alcance e munições.
Ahn Chan-il, um desertor norte-coreano e diretor do Instituto Global de Estudos da Coreia do Norte em Seul, disse que os lançamentos de mísseis antiaéreos parecem ser "um teste de armas a serem exportadas para a Rússia para uso na Ucrânia". Ahn afirmou que Pyongyang está usando exercícios militares no Sul como pretexto para desenvolver armas para Moscou.
As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra há mais de sete décadas. O conflito ocorrido entre 1950 e 1953 terminou com um armistício, não um tratado de paz.
Com informações da AFP