Alemanha aprova plano de investimentos que aumenta capacidade de endividamento do país
A Câmara Alta do Parlamento alemão aprovou, nesta sexta-feira (21), o plano maciço de investimentos do futuro chefe de Governo, o conservador Friedrich Merz, que busca rearmar e modernizar o país.
O plano, de centenas de bilhões de dólares e que exige mudanças nas estritas normas de limite da dívida da Constituição alemã, foi aprovado por uma maioria de dois terços dos 53 votos, que representam as regiões.
Na terça-feira, o projeto já havia obtido a aprovação dos deputados do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão.
As medidas, que têm o apoio dos sociais-democratas, futuros aliados dos conservadores no próximo governo, representam uma revolução para a Alemanha.
A Alemanha deixou os gastos militares em segundo plano durante décadas, aproveitando a proteção americana após o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Porém, o impacto da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e o distanciamento dos Estados Unidos da Europa após a posse do presidente Donald Trump, provocaram uma mudança de política no país.
"Primeiro passo para nova era"
"Devemos fazer de tudo para que a Alemanha volte a ter uma das Forças Armadas mais fortes da Europa e possa se proteger", disse o chefe conservador da Baviera, Markus Söder, no Parlamento.
Na terça-feira, Merz afirmou que as medidas eram um "primeiro grande passo para uma nova comunidade europeia de defesa" que inclua "países que não são membros da União Europeia", como o Reino Unido e a Noruega.
Concretamente, a Alemanha vai flexibilizar o "freio da dívida", que limita a capacidade de endividamento do país, em relação aos gastos militares e às regiões.
A isso se acrescenta um fundo especial - fora do orçamento - de € 500 bilhões (R$ 3,07 trilhões) em 12 anos para modernizar as infraestruturas e reativar a maior economia da Europa. Desse montanto, quase 100 bilhões (R$ 614 bilhões) estão destinados à transição climática.
(Com informações da AFP)